ALIENADOS

7 de maio de 2020 / 0 Comentários

Alienados (1)No meu último artigo – Autoridade Espiritual – citei um dos personagens mais ilustres da nossa história: Rui Barbosa.

O editorial do jornal O Estado de São Paulo, para surpresa minha, na edição do último domingo, fez menção ao seu nome, ao seu espírito patriótico e combativo, a ponto de se candidatar para presidente em 1919.

Viu, no entanto, frustrado seu intento com a eleição vitoriosa de Epitácio Pessoa.

Não se rendeu, continuou lutando por sua utopia democrática, acreditando que “o governo do povo, pelo povo e para o povo” iria, um dia, triunfar.

Transcrevo uma frase do editorial:

A democracia é um regime exigente porque demanda que cada um dos cidadãos assuma sua responsabilidade na construção da nação… Cada cidadão deve assumir a sua responsabilidade na construção da nação”. Era o discurso de Rui, que embora derrotado, jamais deixou de acreditar em sua utopia.

Devemos não confundir o Estado com a pessoa que o governa. Não é a vontade de quem governa que deve prevalecer, mas os interesses republicanos que devem personificar a vontade do povo.

A frase de Luiz XIV, o rei sol, – “L`etat cèst moi” – “O estado sou eu” – “significa a centralização do poder real e absoluto do monarca na sua pessoa, sem quaisquer limites institucionais reconhecidos”.

Quando cidadãos polarizam posições políticas, endeusando líderes de partidos ou correntes ideológicas, investem esses líderes de um poder ilimitado, por aceitar como verdadeiro tudo o que eles falam, sem um juízo crítico.

No Brasil de hoje, temos ferrenhos seguidores de Lula, assim como de Bolsonaro e, se aparecer outro, certamente o seguirão com a mesma cegueira e determinação, sem nenhum compromisso com a ética, a verdade e o bom senso.

Estes são os alienados.

Digna de realce é a manifestação do pastor Silas Malafaia pelo Twitter, sexta feira (24/04/2020) – “Inacreditável!…Sou aliado, mas não alienado.”

Votei em Lula, mas não sou seu fanático seguidor, votei em Bolsonoro, mas não sou bolsonarista.

Quando voto, procuro ver o homem, sua ética e suas ideias, suas propostas de governo, mas se falharem com o país, não serei um animador de auditório que aplaude, dança e ri, sem nenhum compromisso com uma comunicação verdadeira e ética, este, pelo menos, ganha pelo seu desempenho, enquanto a massa informe, apenas transforma seu engajamento político em religião, fazendo dos seus líderes deuses, como faziam os romanos e como fazem os países totalitários.

Percebe-se da igreja a mesma tendência com pró-Lula contra pró-Bolsonaro e vice-versa. Estão esquecidos da terrível sentença bíblica: “Maldito o homem que confia no homem”.

Pastor Malafaia quando declara: “sou aliado, mas não alienado” mostra que ele é um ser pensante não um teleguiado. Assim deve ser o cristão – um ser pensante. Se a palavra diz que devemos meditar na palavra e Jesus diz que nós devemos prestar atenção aos sinais dos tempos, significa refletir, examinar, nos valendo da revelação objetiva e subjetiva, do nosso juízo equilibrado e imparcial, que Deus nos tem dado.

Nossa esperança é unicamente Cristo, antes de sermos cidadãos da terra somos dos céus, esperamos uma pátria futura, uma cidade cujo artífice e construtor é Deus.

O prazer do justo não está em querelas políticas, mas na lei do Senhor, nela ele medita dia e noite.

Completando – Efésios 5.18 – “Vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus”.

Segundo o texto, quem é sábio? Sábio é o homem que sabe aproveitar seu tempo, usando-o para ampliar seus horizontes intelectuais e espirituais, aplicando-o na modelagem de um caráter justo, puro e temente a Deus. De modo algum devemos nos dedicar à discussão estéril que nada nos acrescenta, pelo contrário, depõe contra nosso testemunho cristão.

Portanto, ouçamos a palavra divina e andemos não como néscios (alienados), mas como sábios.

O JORNALEIRO
07/05/2020

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