AUTORIDADE ESPIRITUAL

28 de abril de 2020 / 1 Comentário

03 Autoridade EspiritualO digníssimo senhor presidente da república convocou ministros e líderes evangélicos para fazerem um jejum nacional em face da pandemia do covid-19. Uns se manifestaram favoráveis, outros não. Alguns reagiram com paixão na defesa de suas ideias.

Este fato merece reflexão. Confesso que não sou contra aqueles que aderiram à ideia, mas procurei manter uma posição equidistante do problema.

Votei no digníssimo presidente, mas não estou alinhado a nenhuma ideologia política, seja ela da direita ou da esquerda. Por esta razão me sinto muito à vontade para comentar o assunto, sempre ressaltando que não sou contra os que aderiram à convocação.

No velho testamento, a liderança espiritual era nitidamente separada da liderança secular. Havia os sacerdotes, os profetas alinhados ao sagrado e o rei que regia os negócios de estado.

Notamos que autoridade espiritual é algo bastante sério. Sacerdotes e profetas eram os hermeneutas da lei, a última palavra sobre o que estava relacionado com o santo era com eles. Foi Deus quem instituiu a diferença entre autoridade espiritual e autoridade secular.

Não devemos esquecer que por muito tempo a Igreja estava vinculada ao Estado. Esta foi uma das causas da reforma. Durante a Idade Média, justamente chamada de “Idade das Trevas”, eram os papas que influenciavam e até dominavam os reis.

Um alto preço foi pago para estabelecer uma divisão desses dois poderes. No Brasil, por muito tempo, a igreja católica influenciava os negócios de Estado. Um grande homem, Ruy Barbosa, tenazmente levantou-se contra esta situação, sendo dele a seguinte frase “o crente emancipado na Igreja, a Igreja livre do Estado, o Estado independente da Igreja”.

Convém salientar que Ruy Barbosa é figura querida entre os batistas brasileiros, conforme farta documentação no jornal batista da CBB.

O Estado laico é uma das grandes conquistas do direito moderno.

Jesus Cristo, nosso Senhor, disse “dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, estabelecendo, nas escrituras, a imperiosa necessidade de uma divisão entre sagrado e secular.

Mesmo quando um chefe de Estado faz um comando para a Igreja, com aparência de piedade, devemos ser cuidadosos, procurando atentar que o Anti-Cristo será reconhecido mundialmente como uma autoridade espiritual e secular ao mesmo tempo.

Diante do exposto, o que deveria ser feito?

O digníssimo senhor Presidente da República deveria chamar a maioria dos líderes das mais expressivas denominações e pedir-lhes que convocassem um jejum nacional. Ao deixar de fazê-lo, tornou-se a um só tempo uma autoridade espiritual e secular.

Ao serem convocados, a primeira coisa que esses líderes deveriam fazer era esclarecer ao mui digno presidente do que seja jejum, porque a mídia relatou que durante a manhã, ele tomou um cafezinho no Palácio da Alvorada.

Pessoas que afoitamente compareceram à esplanada, também deveriam ser esclarecidas, já que disseram que iriam jejuar até o meio-dia. O jejum bíblico é de 24 horas, começando às 18 horas do dia anterior e terminando às 18 horas do dia posterior.

Antes que haja réplica sobre o jejum ser de 24 horas, vale lembrar que o de Jesus foi de 40 dias e Ele o fez porque estava ungido pelo Espírito Santo. Dificilmente uma pessoa leva um dia de jejum a bom termo se não estiver cheio do Espírito.

No período de jejum, o fiel deve se abster de alimento ficar em secreto e dedicar-se às disciplinas espirituais, oração, memorização, estudo da palavra, leitura, cânticos de hinos.

Neste curto espaço, quero honrar pessoas: pastor Cláudio Ely, e o pastor Jesus Aparecido. Nenhum deles me convocou para o jejum, e eles são autoridade espiritual para minha vida.

Costumo ouvir a voz do pastor e não a voz dos estranhos. Como Jesus ensinou “As minhas ovelhas ouvem a minha voz”, “de modo nenhum ouvirão a voz dos estranhos.”

O pastor é aquele que está com você, caminha com você, sua vida de abnegação é vista por você. É muito triste você relegar a voz dele ao segundo plano.

Fico no aguado das pauladas, mas estou firmado na palavra, na história, na voz de Jesus e mais, embaixo da autoridade dos pastores que citei, que tenho a honra de compartilhar a fé e a comunhão.

Se minhas ovelhas me consideram pastor, que ouçam a minha voz e não a voz dos estranhos.

Em tempos difíceis: “Não temas ó pequeno rebanho porque o Senhor se agradou de dar-vos o reino”.

O JORNALEIRO
28/Abril/2020

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1 comentário

  1. Rosangela disse:

    que Deus continue inspirando o SENHOR pastor nas verdades bíblicas que tanto nos edifica obrigada