CASAMENTO GAY
13 de julho de 2015 / 0 ComentáriosA revista Época, em sua edição de 28 de junho registrou: “A Suprema Corte americana decidiu no dia 26, por 5 votos a 4, que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja assegurado pela Constituição em todo país… A decisão é uma resposta a uma ação que tramitava na Corte, conhecida como Obergefell versus Hodges… O presidente Barack Obama e a pré-candidata à presidência, Hilary Clinton, comemoraram”.
Segue o título da nota da Época: “Casamento gay: nos Estados Unidos virou lei”.
No Brasil ainda não é lei Constitucional, mas segundo a OAB esta é uma tendência jurídica:
“A comissão de Direito Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) considera uma tendência o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em reconhecer o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Com 4 votos dos 5 ministros da quarta turma do tribunal, foi autorizado o casamento de um casal de gaúchas, que vivem juntas há 5 anos.
Para nós essa decisão é mais uma inflexão desse debate no país. O Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido de forma favorável à união estável foi um passo.
A decisão que beneficia o casal gaúcho não pode ser aplicada em outros casos, porém abre precedente para que tribunais de instâncias inferiores ou até mesmo cartórios adotem posição semelhante”.
Observe que temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal decidindo favoravelmente a uma união estável e outra do Superior Tribunal de Justiça dando parecer favorável ao casamento civil para um casal gaúcho.
E a Igreja como fica?
Ela não pode ser enquadrada por crime de homofobia, nem por insubmissão à lei, por se posicionar contra.
O Estado tem sua área de atuação e a Igreja o respeita, mas ela também tem a sua jurisdição, que consiste em sua fé, crença, princípios e valores.
O próprio Estado brasileiro se autointitula como sendo laico. Isto quer dizer que ele não está vinculado a nenhum segmento religioso e que o que é público não pode se misturar com o que é religioso, no que concordamos plenamente.
Mas se a premissa é verdadeira, a recíproca também o é.
O Estado não pode dizer para a Igreja, em matéria de fé, no que ela pode ou não pode crer.
A Igreja crê que a Bíblia é sua única regra de fé e prática. Quando Cristo traz para nós seu ensino sobre o divórcio, Ele diz: “No princípio Deus fez o homem e mulher”.
Cristo diz que Deus criou um homem e uma mulher, e que o casamento é a união de um homem com uma mulher. E o objetivo de Deus é claro – a procriação – “Crescei e multiplicai-vos”.
A Bíblia nos ensina a sermos prudentes. Não é de bom alvitre nos expor publicamente combatendo o casamento gay. Logo mais iremos apresentar a posição da Igreja Católica sobre o assunto. Ela apenas apresenta a doutrina da igreja, com objetividade e clareza, mas sem paixão.
Católicos e protestantes estão perfeitamente alinhados quanto ao assunto em tela.
A Bíblia nos ensina a não entrarmos em debates inúteis que não trazem nenhum proveito. No nosso confronto com o mundo precisamos simplesmente expor o que a Bíblia diz a respeito, sem nos preocupar em convencê-los, uma vez que essa persuasão é obra do Espírito Santo de Deus.
O que é importante no nosso relacionamento com o mundo é apresentarmos o cerne do evangelho. Paulo dizia “nada propus saber entre vós a não ser somente Cristo crucificado, poder de Deus e sabedoria de Deus”.
Além do mais, nosso testemunho deve ser de tal monta que provoque admiração e respeito, abrindo as portas para anunciarmos o evangelho, a saber “que Deus prova o seu amor para conosco morrendo por nós sendo nós pecadores”.
“Vejam como eles se amam”. “Na igreja as pessoas pobres, órfãos e viúvas são assistidos”. “Tudo eles tinham em comum”. Assim nosso testemunho deve se expressar.
Sermos contra o casamento gay não quer dizer que desprezamos aqueles que fizeram uma opção sexual diferente, mas eles não podem participar da comunhão do pão e do vinho, respectivamente o corpo e o sangue de Cristo.
Também não podem ser batizados.
Podem assistir nossos cultos, ouvir a Palavra, nossos hinos, ser apoiados e socorridos por nós, se necessário. Mas não podem fazer parte do corpo de Cristo que é a Igreja. Nela não podem se manifestar, nem terem direito à voz ou participar de suas decisões.
No corpo de Cristo há quem tenha sentimentos e propensão para estas paixões, mas as crucificaram e continuam sacrificando a carne, tornando-a serva e não senhora, por amor a Cristo e à sua Palavra.
Tanto no meio protestante como no católico existe esta situação.
Nas confissões ou aconselhamentos, isto vem à tona, mas permanecem no sigilo dos nossos joelhos, eles podem usufruir plenamente da comunhão da igreja, porque assumiram morrer com Cristo. Devem ser amados e apoiados. E se algo soubermos a respeito, devemos nos calar porque Deus é reto juiz, e a quem mais foi perdoado, mais é amado.
Incluo aqui o posicionamento da Igreja Católica quanto ao assunto, porque é o mesmo dos protestantes que professam a fé deixada por Cristo e pelos apóstolos:
Palavra do Bispo da diocese de Balsas, Dom Enemésio Ângelo ao ser perguntado sobre a posição da CNBB, Papas João Paulo II e Bento XVI:
“Quando Jesus deu a sua vida, morreu na cruz e derramou seu sangue foi em prol dos menores (mais fracos), menos favorecidos e excluídos da sociedade.
Seria totalmente injusto a Igreja condenar uma pessoa que tenha tendência ao homossexualismo, seja homem ou mulher – “Quem não tem pecado que atire a primeira pedra”.
Isso não significa que a Igreja aceita tudo. Compreende, mas não aceita”.
“Parece que ser homem e ser mulher é errado, parece que ser homossexual (praticar o ato) é correto, isso sim é estar errado”1.
Do Jornal L`Observatore Romano, mídia principal da Igreja Católica Romana, frase do padre Frederico Lombardi, porta voz do Estado em editorial da Rádio do Vaticano:
“A igreja católica defende que a homossexualidade não é pecado, mas atos homossexuais, sim”. (Conceito importante)
“Declara também, oficialmente, que os direitos dos gays devem ser reconhecidos, mas as uniões não devem ter o mesmo valor das heterossexuais e nem permitir que adotem crianças” 2.
Em suma, casamento gay vira lei nos Estados Unidos, mas na Igreja, esparramada por todo este vasto planeta, NÃO.
O Jornaleiro.
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1Fonte: www.radioboanoticia.com.br
2Fonte: www.oglobo.globo.com
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