Publicado em 3 de junho de 2015
Estava a meditar à beira de um lago, vendo águas calmas, o céu sereno e a natureza em sua exuberância. Pensava para onde iria dirigir meus pensamentos, quando de súbito comecei a refletir, não sei se era de mim – como Paulo diria se no corpo ou no espírito –, não sei.
Por que querer procurar as palavras, correr atrás delas como se fossem borboletas, laçá-las tomando-as por cavalos selvagens?
Não! Eu vou parar, deixar minha mente livre. Quem sabe devagar, devagarzinho elas virão, sorrateiras, aparentando nada querer, e de repente, se unirão formando frases, períodos, parágrafos, com significados ainda não atingidos.
Foi o que fiz.
Por que usar palavras para orar? Ficar preocupado em pedir, interceder, clamar?
Há poucos dias atrás, disse para uma irmã querida quando dela disse que iria orar por determinado problema: “Não ore, fique em silêncio!”
Quando a dificuldade é de tal monta, que ficamos sufocados, tomados pela angústia, é melhor ficar quieto e esperar.
Os pensamentos vieram, sem que eu os provocasse. Lembrei-me dos profetas. Em muitas situações por eles vivenciadas nós lemos:
“E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo…”
É no silêncio da alma que Deus fala. No caso de Elias, o profeta, quando na caverna, fenômenos ocorreram, houve um terremoto, e a palavra diz – Deus não estava nele – houve um vento fortíssimo, Deus não estava no vento, depois – quando tudo se tornou silente – uma voz.
A consciência da presença da divindade deve nos emudecer – “O Senhor está no seu santo templo, cale-se diante dele toda terra”.
É difícil deixarmos de ficar ansiosos. Estamos sempre apreensivos. Também é difícil deixar de nos preocupar. No mundo “on line” de hoje, é tudo uma correria louca, um fazer e desfazer contínuo, uma busca cega do imediato.
É interessante o Salmo 62.1 – “Só em Deus a minha alma espera silenciosa.”
O Salmo 131.2 – “Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando a procura de grandes coisas. Nem de coisas maravilhosas demais para mim.”
“Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma”…“Como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo.”
Não temos a graça e o poder que os apóstolos tinham para dizer ao paralítico – “Levanta-te e anda”, porque não temos unção para dar ordem à nossa alma, fazendo-a calar e sossegar, pelo poder do Espírito Santo.
A Bíblia nos ensina que há tempo para tudo, há tempo para clamar, chorar aos pés da cruz, confessar, mas é preciso tempo para “fazer calar e sossegar a nossa alma”, “da nossa alma esperar silenciosa em Deus”.
“E disse o Espírito a Felipe – vai à estrada que desce de Jerusalém a Gaza, porque está deserta.”
Não há nada mais lindo, sublime, do que ouvir a voz do Espírito. Cada vez mais não a estamos ouvindo, por isso estamos secos, sem vida, correndo daqui para lá. Às vezes de igreja a igreja, de profeta a profeta, outras vezes, de loja em loja, experiência a experiência, do celular para o notebook, do tablet para o fone de ouvido.
Deus fala de muitas maneiras, advertindo, ordenando, chamando a nossa atenção, mas só fala coisas íntimas, confidências do seu coração, quando fazemos calar e sossegar a nossa alma.
No silêncio da alma, uma voz, não como um trovão ou vento, mas de forma tão sutil, meiga e serena, que se torna quase imperceptível. Essa voz não compete com nenhum som, cor ou imagem, ela é única e seu significado nos traz a consciência do divino em nós, templos do Espírito Santo de Deus.
“Fiz calar e sossegar a minha alma”. “Só em Deus a minha alma espera silenciosa”… No silêncio da alma… “E veio a mim a Palavra do Senhor dizendo…”
Na maioria das vezes que Deus falou pessoalmente aos profetas, Ele usou os verbos Ir e o Sair. Vai para a estrada, vai a Nínive, vai à casa do oleiro, sai da tua terra e da tua parentela, sai da Babilônia.
Para ir é preciso sair. É óbvio. Ir significa submissão a vontade de Deus, sair significa renunciar, deixar coisas para trás.
Quando não conseguimos fazer a vontade de Deus é porque não conseguimos renunciar.
Outro aprendizado que nos traz a meditação é que nunca iremos ouvir se não estivermos dispostos a obedecer. Comece seu caminho na estrada real da obediência, fazendo calar a sua alma, e que Deus fale no silêncio de sua alma.
O JORNALEIRO.
Publicado em 19 de maio de 2015
Talvez o título não seja o adequado, uma vez que demônios não mudam de cara, nem são tão originais e criativos quanto parecem. Mas nossa concepção a respeito deles é que se torna mais clara na medida em que passamos a pensar melhor o mundo à nossa volta.
A Bíblia nos fala a respeito da mulher que era hemorrágica, tinha gasto em vão todos os seus haveres na procura de uma solução para o seu problema, até Jesus entrar em sua vida, trazendo-lhe a cura.
Lucas relata que ela tinha um espírito de enfermidade. Espíritos malignos atacam pessoas, agem de forma destruidora no mundo. “O inimigo só vem para matar, roubar e destruir”, palavras de Jesus.
Só Deus opera “ex nillo”, os demônios não. Eles precisam de uma base, de um ponto de partida.
O próprio homem é essa base, quando ele dá lugar a ira, paixão, emoção, e a tantos sentimentos, pensamentos impróprios.
Temos um exemplo bíblico, quando Jesus diz para Pedro: “Satanás te usou para cirandar comigo”.
Caminhando neste raciocínio, eu posso ser benção ou maldição para o outro. Posso ser um vaso para honra ou para a desonra, como nos ensina a Palavra.
Ao odiar uma pessoa, não exalo somente um sentimento, mas uma maldição que pode afetar ou não o meu próximo. Isto vai depender da vítima estar bem estruturada na Palavra, ou fragilizada.
No casso do ódio, eu me tornei a base, o ponto de partida da ação maligna. Esse ódio também vai se voltar contra mim produzindo efeitos devastadores que poderão ocorrer em qualquer área da minha vida.
Se tratarmos as antipatias como ódio, podemos ter uma vaga ideia de como o poder maligno vai se alastrando no mundo.
Tiago diz que a nossa língua é um pequeno membro, mas produz grandes incêndios. Estaria ele se referindo só a contendas, brigas, ou a algo mais?
Está fresca em nossa memória o trágico acidente ocorrido com o Airbus A 320-11 da Germanwings, provocado intencionalmente pelo piloto Andreas Lubitz.
A depressão, os problemas emocionais, ou de outra monta, seriam a explicação para um ato que matou 149 pessoas (algumas ainda infantes)?
Há um poder maligno nos ares, procurando por mensageiros, por pessoas que queriam servi-lo.
Sabemos que existe amor, não porque podemos colocá-lo em um laboratório, mas simplesmente porque o percebemos, as ações humanas o atestam. O mesmo se dá com outros sentimentos nobres ou vis.
Não podemos colocar os demônios no laboratório, mas eles estão por aí, nos rodeando, bramando como leão, buscando a quem possam tragar.
Eles se aproveitam das nossas fragilidades, e atuam de forma concomitante, com nossas doenças da alma, transformando-as em doenças do corpo, e em flechas incendiárias contra nosso próximo.
“Tomai o escudo da fé com o qual podereis apagar todos os dados inflamados do maligno.”
“Não deis lugar ao diabo”. Só uma vida bem estruturada na palavra pode ver suas ações e delas fugir. Só uma vida com conhecimento da verdade pode experimentar permanente liberdade e vitória contra o nosso inimigo.
Mas a palavra tem sido trocada, vilipendiada, usada como instrumento de autoajuda, promoção do ego, negociata, mercadoria de troca e barganha.
Só na Rocha encontraremos a graça necessária para vencermos um inimigo tão astuto.
O espaço não nos permite mais, tchau.
O JORNALEIRO.
Publicado em 28 de março de 2015
Não é preciso esperar, o tempo chegou. Quem tinha que se salvar foi salvo, quem não aproveitou a oportunidade, perdeu a vez. É assim que temos que ver o momento atual, para não deixarmos escapar tão grande salvação.
A humanidade não está dando conta do perigo iminente, do juízo que está às portas. Está tão perto a hora do juízo final, que já podemos dizer que ele já chegou.
Não dá para entender como ainda estamos usufruindo o privilégio de sermos habitantes do planeta terra, do jardim do Éden que Deus fez pra nós.
Já comemos da árvore da ciência do bem e do mal. E o fruto desta árvore trouxe ao homem o conhecimento do que a ciência e o mal conjugados podem produzir.
O mundo viu as consequências das bombas atômicas que destruíram duas cidades japonesas, provocando danos inimagináveis em milhares de pessoas. Estamos há setenta e dois anos dessa tragédia, mas não conseguimos aprender nada.
Em 01 de julho de 1968, preocupados com o que poderia acontecer se uma potência resolvesse disparar uma arma nuclear contra outra nação, 189 países assinaram um TRATADO CONTRA PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES.
Eis uma das suas considerações:
“Os Estados signatários deste tratado, aqui referidos como “partes do tratado” considerando a devastação que recairia sobre toda a humanidade em consequência de uma guerra nuclear…”
No artigo II deste tratado consta:
“…comprometem-se a…não fabricar ou adquirir de qualquer forma armas nucleares… a não buscar, nem receber ajuda para a fabricação de armas nucleares…”
Uma reportagem datada de 26 de janeiro de 2003 dizia:
“O PAVOR DA DESTRUIÇÃO MÚTUA FUNCIONOU: A TERRA AINDA EXISTE”.
Outra reportagem de outra data:
“Por mais de meio século Estados Unidos e Rússia se debateram com o mesmo problema.”
“Só quando elevar a expectativa a um grau apocalíptico conseguiria transformar as armas nucleares em algo impensável.”
Há 43 anos as nações mais poderosas do globo se preocupavam com isto, o mesmo não podemos dizer dos estados emergentes, como Índia, Paquistão, Irã, Coreia do Norte, China, Irã.
E agora o Estado Islâmico assombra o mundo.
Em maio de 2010, a revista Veja publicou:
“Se países miseráveis com governos frágeis se armarem com átomos, não está distante o momento em que o gatilho atômico cairá na mão do terrorismo.”
Em 03 de julho de 2009, revista Veja:
Hilary Clinton, secretária de estado dos Estados Unidos: “Não podemos nem contemplar a possibilidade do Taliban que controla regiões de fronteira, ter acesso ao arsenal nuclear do país” (Paquistão).
O Irã não aceita inspeções da ONU em seus projetos nucleares e já declarou que o território israelense seria arrancado do mapa.
Israel, por sua vez, deve ter também um arsenal nuclear mantido sigilosamente.
Referindo-se sobre o fim Jesus disse que nós olhando para o céu sabíamos quando viria ou não chuva, mas quando olhamos para a história não sabemos discernir a tempestade apocalíptica que já está sobre nós.
Jesus chega a nos chamar de néscios por não conseguir ver para onde caminha a história.
Quando se fala na Grande Tribulação, uma série juízos de Deus sobre uma humanidade desumanizada, a primeira consideração que o cristão faz é – “Mas nós vamos ser arrebatados” – na expectativa de livramento das terríveis pragas que sobrevirão.
Mas estaríamos imunes, escaparíamos ilesos?
Não somos totalmente inocentes, temos nos misturado com o mundo, como disseram para Pedro, acusando-o de fazer parte dos discípulos – “O teu linguajar não nega”.
No caso de Pedro, a sua fala era típica de um Galileu.
E o nosso modo de pensar, agir, falar, não é típico do mundo sem Deus?
Não, não escaparemos ilesos. Uma parte da Grande Tribulação nos atingirá.
Vivemos um período cinza, em que o branco da Era da Graça se mistura com o negro da grande tribulação, produzindo um tom acinzentado.
Estamos no final da Era da Graça e no início da Grande Tribulação. Se já era difícil, agora é quase impossível passar pela porta estreita. Ela está se fechando, só resta uma pequena fresta. “Um azinho de tempo e o que há de vir, virá e não tardará.”
A Grande Tribulação está intimamente ligada a uma catástrofe nuclear. Só um evento dessa natureza resultaria nos acontecimentos que sucederão, nos inevitáveis juízos.
“Desperta tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” A hora de brincar de crente acabou, de brincar de igreja, como se brinca de casinha. O tempo da oportunidade é findo.
Estou radicalizando? Sim, para que eu mesmo saia do meu estado catatônico. Creio no que estou falando. Profeta é aquele que lê a história, temos obrigação de saber lê-la. O surgimento do Estado Islâmico é apenas um abismo que chamará outros abismos.
Esse grupo terrorista desafia as maiores potências do mundo, todas as religiões do mundo, o próprio islamismo, donde se diz proveniente.
Somem estes fatos a outros, o multiplicar da iniquidade, hoje institucionalizada, protegida pela lei, propagada em cenas de violência, sensualidade, libertinagem, e de todos os pecados hoje celebrados pela humanidade.
Os Estados Unidos, que antes através da ONU impunham sanções ao Irã por não aceitar inspeções ao seu projeto de enriquecimento de urânio, agora procura um acordo, em uma evidente capitulação diante da certeza de que não pode impedir a proliferação nuclear.
A humanidade está refém das potências que não têm o mínimo interesse e respeito pela vida.
O mesmo Irã que é suspeito de destruir uma embaixada e uma sinagoga na Argentina em pouco tempo terá seu armamento nuclear
Agiremos como néscios? Não iremos discernir os tempos?
É melhor acreditarmos que o apocalipse já começou, para não sermos pegos de surpresa. Não é hora de dormir, mas de despertar.
APOCALYPSE NOW.
O JORNALEIRO
Publicado em 20 de março de 2015
O abuso do álcool entre jovens virou a bola da vez no mundo midiático, depois que um estudante universitário morreu aos 23 anos, não resistindo às 25 doses que virou numa competição.
Atribuíram, equivocadamente, a ele, a frase “Melhor morrer de vodca que de tédio”. Ela, entretanto, é de autoria do escritor russo Vladimir Maikovski, considerado um dos maiores poetas do século XX.
Seu irmão declarou que ele não bebia em excesso. Quando perguntado por que, então, Humberto Moura Fonseca, bebeu tanto, a resposta foi: “quando se reúnem são como uma manada, todos são empurrados para uma mesma direção”.
Será que poderíamos falar de ente coletivo constituído por um grupo que se reúne sem propósito definido, só para desfrutar o ócio, capturar o momento como se nada mais importasse senão sorver a taça da alegria imediata e fugaz?
Quando os homens se abandonam na multidão, abdicam seu direito de ser e pensar, para se tornarem uma massa humana à espera de um comando que os levem em direção a atos impensados, de momento, que tanto podem produzir grandes mudanças ou grandes tragédias.
O que levou a multidão a escolher Barrabaz e crucificar Jesus? O que leva multidões a fazerem escolhas erradas que conduzem a um fim trágico?
O autor de Provérbios diz (cp. 1, vs. 10 em diante):
“Filho meu, se os pecadores querem seduzir-te, não o consintas.” “Se disserem – vem conosco, embosquemo-nos para derramar sangue, espreitemos, ainda que sem motivo os inocentes; traguemo-los vivos, como abismo, e inteiros, como os que descem a cova; acharemos toda sorte de bens preciosos; encheremos de despojos a nossa casa; lança a tua sorte entre nós, teremos uma só bolsa”.
Observem a ultima frase “lança a tua sorte entre nós, teremos uma só bolsa”.
O convite do ente coletivo dominado por espíritos enganadores é “bebamos juntos, vamos ver quem é o melhor, quem bebe mais, lança a tua sorte entre nós”.
Salmo 1 nos aconselha a não nos assentar “na roda dos escarnecedores”.
A frase “melhor morrer de vodca que de tédio” é um escárnio, porque despreza o bem mais precioso que Deus deu ao ser humano – a vida.
Mas pessoas que formam um ente coletivo, uma massificação, não se preocupam com consequências, querem que todos se lancem numa vala comum.
A frase oferece uma ideia de que a única opção contra o tédio é a bebida.
Mas quantas coisas lindas podem ser feitas, quantas oportunidades de servir ao próximo, de desenvolver talentos, de se expressar através da arte, de cultivar a natureza, e os valores que ela imprime em nós, de beleza, simetria, sons, perfume.
“Algo de animal humano insiste em se alojar na inconsciência como defesa contra a angústia… Porque a vida dói… O mundo real está cada vez mais perto, o monstro engolidor de gente e rotinas”, frases atribuídas a Maria Lucia Homem, psicanalista (Fonte: Jornal O Estado de São Paulo – Estadão, [1]).
Como se livrar do animal humano, de vencer a dor da vida, encarar o mundo real, enfrentar o monstro engolidor?
Será que nos resta apenas a opção de morrer de vodca ou de tédio?
O evangelho de Cristo é poder para salvação, libertação, e sustentação das nossas vidas. Jesus Cristo é o Senhor vitorioso que quebra nossos grilhões. A igreja é o braço acolhedor de Deus.
Eis O caminho.
Cada dia aumenta o contingente de jovens que aos 14 e 15 anos procuram se autoafirmar nas muitas tribos que vivem nesta aldeia global. O apelo “venha, lança a tua sorte entre nós, tenhamos uma só bolsa” está cada vez mais forte, “há caminhos que para os homens parecem ser bons, mas o fim deles é a morte”.
É preciso resistir ao primeiro gole, à primeira dose. Caso contrário, você terá o mesmo fim de Humberto Moura Fonseca. Não se iluda, não pense que você é forte, que você conhece seus limites, que só bebe socialmente.
Se a bebida mata tantas pessoas, destrói tantas vidas, ao beber socialmente, tomar apenas um gole, você faz parte do “marketing”: “beba com moderação”; você faz parte da propaganda para beber, é conivente e flerta com o “animal humano que insiste em alojar na inconsciência como defesa contra a angústia”; você está cada dia mais perto do “monstro engolidor de gente e rotinas”.
Você é tão culpado, quando bebe socialmente, quanto os que, ao dirigirem embriagados, provocam acidentes que vitimam inocentes a ficarem aleijadas, incapacitadas para o trabalho, produzem órfãos, dilaceram vidas.
Seu ato incita outros a imitá-lo, seguir os seus passos. Você é visto, observado e seguido.
Somos perfume de vida para vida, ou de morte para a morte.
Terminava este artigo quando li a seguinte notícia – “A combinação de carro e álcool, matou nesta quarta feira dia 11, uma estudante de direito de 21 anos, que após passar a noite em um bar, bateu o carro em um poste” [2].
“Em Natal a noite terminou em tragédia para uma estudante de direito, de 21 anos.” “Momentos antes de bater o carro a jovem havia mandado uma mensagem para amigos, com uma piada de mau gosto em que perguntava se podia morrer bêbada.” “Um amigo respondeu: Morra não” [2].
“Melhor morrer de vodca que de tédio”. Como uma frase de um poeta pode se tornar um espírito enganador e assassino? Como nos conselhos dos ímpios se escondem a própria face do inferno, e não conseguimos ver, e insensíveis, caminhamos sem perceber o mal que nos espreita?
Termino com a frase do sociólogo José de Souza Martins, publicada também no Estadão: “é o tudo ou nada do radical descompromisso com o tempo atual, em que tanto importa viver quanto morrer” [3].
E para você importa?
O Jornaleiro.
Referências Bibliográficas
[1] Maria Lucia Homem. “A musa da inconsciência”. [Online]. Disponível em: <http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,a-musa-da-inconsciencia,1646425>.
[2] Redação Jornal da Band. “Jovem bate carro após perguntar se podia morrer bêbada”. [Online]. Disponível em: <http://noticias.band.uol.com.br/cidades/noticia/
100000741029/Jovem-bate-carro-apos-perguntar-se-podia-morrer-bebada.html>.
[3] José de Souza Martins. “Ritual de moagem”. [Online]. Disponível em:< http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,ritual-de-moagem,1646423>.
Publicado em 13 de março de 2015
Magistral o artigo que leva o título acima, de autoria do jurista Fábio Ulhoa Coelho, no jornal O Estado de São Paulo de 21 de janeiro de 2015.
No seu giro pelas Filipinas, papa Francisco, soltou a seguinte frase: “Daria um soco em quem xingasse sua mãe, mesmo que o mal feito partisse de um grande amigo”.
Salienta o escritor: “A mensagem fundamental do cristianismo é que sempre devemos perdoar os nossos inimigos”.
O código de Hamurabi escrito há 1.700 anos antes de Cristo, oriundo da Mesopotâmia, descoberto por uma expedição francesa em 1901, na cidade de Susa – “fortaleza de Susa”, segundo a Bíblia – no atual Irã, contém, entre outros ordenamentos jurídicos, a famosa lei de Talião, “olho por olho dente por dente”.
Segundo esta lei, se alguém arrancasse o olho de alguém, seu olho também deveria ser arrancado. Jesus mencionou essa lei, no célebre Sermão do Monte. “Ouvistes o que foi dito aos antigos, “olho por olho, dente por dente, Eu porém vos digo…”
Diz o articulista : “À lei de talião Jesus contrapôs a concepção revolucionária de oferecer a outra face”.
O contexto da fala do papa foi o atentado feito por terroristas que se intitulavam mulçumanos ao veículo de comunicação Charles Hebdo. Na verdade, o papa reclamava da forma desrespeitosa da imprensa ao tratar de assuntos religiosos, sejam eles do islamismo, catolicismo ou protestantismo.
Qual seria, ainda seguindo o raciocínio do jurista Fábio Ulhoa Coelho, a reação apropriada e adequada a um seguidor de Cristo?
Não é só o papa que calça as sandálias do pescador, mas todos nós somos seguidores de Cristo e dos apóstolos.
Os que atacaram de forma premeditada, voluntária, em uma ação terrorista, a sede da Charles Hebdo deveriam mostrar perdão.
O islamismo não aceita Jesus como o Filho de Deus, mas o aceita como profeta, e aceita os evangelhos. Convém notar que Maomé surgiu no cenário histórico, mais ou menos, 600 anos depois de Cristo. As suas ditas revelações devem ter sido influenciadas tanto pelo Velho como o Novo Testamento. É um contra senso, portanto, afirmar que Jesus Cristo é um profeta e ao mesmo tempo negar os seus ensinos.
Com notável argúcia, o articulista do artigo “O soco do papa” faz o seguinte comentário sobre a afirmação do papa Francisco: “(o papa Francisco) considerou natural responder com violência certas provocações, não esclareceu, porém, como reagiria se o agredido revidasse com pontapés”.
Fica evidente a escorregadela do papa, que não deveria dizer que socaria quem ofendesse sua mãe. Não devemos condená-lo por isso, já que as multidões de nossas falhas não estão sob os holofotes, se estivessem…
O que devemos aprender com tudo isto é que perdoar é uma tarefa difícil, não faz parte da nossa química humana. Só quando amalgamados por uma graça divina é que conseguimos, impulsionados pelo Espírito Santo, realizar o ato divino do perdão.
Quando penso no ensino de Cristo que devemos perdoar setenta vezes sete me vejo compelido a perdoar a cada instante, perdoar quem nos corta a frente com um automóvel, quem nos ofende no trânsito, o atendente que nos trata mal, a espera no pronto atendimento, e por aí vai.
Mas também me perdoar, seguindo o curso divino, de perdoar a mim, um ser pecável, e esquecer totalmente dos males que faço – “dos teus pecados e iniquidades, jamais me lembrarei, diz o Senhor”.
Quantas e quantas vezes a culpa pelo erro cometido no passado (às vezes na infância) assalta a nossa alma, sentimo-nos mal, perturbados, como réus ofensores da pureza, do certo, justo e bom.
Não saber lidar com isto de forma bíblica pode nos levar a um desapontamento sem fim, conosco mesmo, pode nos levar a descrença e desilusão.
É a hora de saber perdoar a nós mesmos.
A base para nos perdoarmos é que Deus já nos perdoou. Não podemos querer ser mais do que Deus, isto é ser usurpador. Portanto, a regra áurea é perdoar, perdoar sempre, a todo o momento, e isto requer confissão e arrependimento contínuo.
Não julguemos o papa pelo soco que ele diz que daria, é o mesmo que damos contra os outros e contra nós mesmos.
Termino com uma frase do eminente jurista e escritor: “Jesus não teria recomendado um soco, muito menos tiros letais como resposta aos acintes cometidos. Teria apenas dito ser necessário perdoar…”
O JORNALEIRO.
Publicado em 27 de fevereiro de 2015
Por muito tempo – e até hoje –, achava que sim. Continuo achando, mas com algumas questões perturbadoras.
Mas seriam “sem igreja” ou sem Cristo? Seria o caso de trabalhar com eles para voltarem ao aprisco ou para se reconciliarem com Deus?
Tenho convicção de que eles precisam ser chamados ao arrependimento, à volta para Deus, antes de voltarem para a igreja. Não acredito em pessoas que não se engajam na luta em prol do evangelho, ajuntando-se a outros com o mesmo ideal, não acredito que estejam salvos.
Você pode se magoar comigo, mas não posso deixar de alertá-lo.
Vou ser bastante criticado por este artigo, mas sei que vou prestar contas um dia, e prefiro fazer tudo que posso para chamar as pessoas de volta para o verdadeiro cristianismo.
As pessoas que intercalam momentos de euforia com momentos de abatimento, constantemente, isto é tem um histórico, ou uma cultura, de explosão e em seguida se anular completamente, estão enganadas quanto à sua salvação.
Não estou me referindo a pessoas que raramente enfrentam tais crises, mas a pessoas que têm um histórico de vida que aponta para sucessivas explosões seguidas de sucessivas depressões.
A boa doutrina nos ensina a duvidar de nós mesmos, do que vemos, sentimos e experimentamos. Nosso aferidor de temperatura ou pressão é a Palavra de Deus.
Estou eufórico, profetizando, falando em línguas, chorando? Mas como está a minha comunhão com a igreja, com os irmãos? Como está o meu testemunho cristão? Sou uma pessoa temperada? Tenho o controle do Espírito Santo? “Não vos embriagueis com vinho, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais”.
O Espírito Santo nos enche todos os dias, na medida da nossa entrega a Deus, da apresentação diária do nosso corpo em sacrifício vivo e santo.
O que vamos sacrificar para podermos planar acima das nuvens? A nós mesmos, nossos pensamentos, sentimentos, emoções, desejos, sonhos?. Nem sempre o céu será de brigadeiro, mas o vento do Espírito nos ajudará a planar.
É evidente que o ideal é um equilíbrio doutrinário. Mas nestas questões prefiro ser exigente comigo mesmo, prefiro pensar que se não for fiel até a morte, não ganharei a coroa da vida.
A qualquer momento, nosso Senhor Jesus voltará. Como Ele me encontrará?
Tenho pensado seriamente nestas coisas e me preocupado muito com as almas para as quais prego. Sei que os pastores do nosso tempo precisam ser profetas, não ter medo de dizer ao povo que não haverá escape para os que não perseverarem até o fim.
Só as virgens com azeite entrarão nas bodas.
Quer dizer que você pode deixar sua lâmpada acesa hoje e apagada amanhã? Quer dizer que você pode deixar dias e dias sua lâmpada apagada e de repente, a seu gosto e prazer, acendê-la? Não! Mil vezes não.
“Em todo tempo sejam alvos os teus vestidos e nunca falte o óleo sobre a sua cabeça”.
Mas a maior preocupação minha não é com você ou com os outros, é comigo.
Creio que o Espírito Santo tem falado comigo. Estou me avaliando. Muitas coisas para concertar e ajustar. Não quero carregar entulhos que só vão me arrastar para baixo, para o fundo do abismo.
Quero me santificar, estou profetizando isto para mim. Como Davi dava ordens à sua alma, estou dando uma ordem à minha. Tudo o que você, Edson, está vendo como pecado – e você sabe que é pecado –, deixe agora.
Nosso Deus é Aquele que estabeleceu limites para as águas, limites que elas não podiam ultrapassar. Tenho ultrapassado os limites que Deus estabeleceu para mim, quero ouvir sua voz: “NÃO MAIS, até aqui e NÃO MAIS!”.
Você o Espírito. “Ouçam o que o Espírito diz às igrejas”. “Se hoje ouvirdes a sua voz não endureçais os vossos corações”. Você pode achar que estou atacando este ou aquele, que sei da vida deste e daquele. Mas preste atenção: profeta é o que ouve a voz de Deus. É comigo que O Espírito está falando.
Taparei os meus ouvidos, fugirei da realidade, ou irei considerar cada dia como meu dia final, como meu dia do encontro com Deus? Terei cuidado para onde ir, o que fazer, o que pensar. Onde o Senhor irá me encontrar quando voltar? Que pensamentos estarão na minha mente? Contra quem estarei maquinando ou falando? O que estarei vendo? O que estarei fazendo na internet ou no facebook?
O reto juiz não levará em conta tudo isto?
Prefiro pensar que sim, porque Jesus diz que bem aventurado aquele que quando o seu Senhor voltar, o achar servindo.
Em Hebreus o autor diz que a terra boa que é regada e produz coisas boas é abençoada, mas a que produz espinhos e abrolhos, é amaldiçoada e prestes está de ser queimada. Fala isto para os incrédulos ou para os cristãos. Para os cristãos que se converteram do judaísmo e para nós, para nossa geração.
Como disse, prefiro pensar assim e me corrigir, do que ficar iludido, pensando que serei salvo, fazendo o que quiser, e andando segundo minha carne e pensamentos.
Algo ainda a se ponderar: estas figuras de pessoas que circulam no meio cristão, muitas vezes tornam-se híbridas, isto é, são ao mesmo tempo “gangorras” e “emotivas sensitivas”, ou “emotivas sensitivas e sem igreja”.
É um oceano de tribos se misturando e se comunicando. Algumas conseguem escapar de seu círculo vicioso, e quando isto acontece, certamente há alegria nos céus.
Elas também não estão condenadas a serem sempre assim. É só entrarem na verdadeira corrente ou vertente do verdadeiro cristianismo, confessando Cristo como Senhor e apresentar seus corpos em sacrifício vivo.
Nas profundezas do mar corre uma corrente marítima chamada “Corrente do Golfo”, eis o que diz a “Wikipedia”: “é uma corrente marítima potente, rápida e quente do Oceano Atlântico… tem sua origem no Golfo do México, escapa pela Flórida, e segue costa leste dos Estados Unidos e sua extensão chega até a Europa… essa circulação é tão profunda que ela não é influenciada pela Atmosfera… ela necessita de 500 anos para retornar ao seu ponto de partida… o efeito da corrente do Golfo é suficiente para fazer com que regiões da Inglaterra, Irlanda, Noruega tem temperaturas mais quentes do que outras regiões desses países.”.
Nesse caudal evangeliquê, um verdadeiro mar de tribos, levando à desolação e à desesperança, esfriando a fé dos vitimados por um comportamento destoante do verdadeiro evangélico, há nas profundezas desse mar a Corrente do Golfo que corre determinada, perseverante, consistente, firme, coerente, circulando por várias regiões do globo e trazendo calor a muitas regiões.
Aspiro fazer parte dessa corrente, me libertar do caudal de tribos que circulam pela igreja, com ações ora puras, ora eivadas de carnalidade e egoidolatria (os selfies e facebook que o digam, mas isto será para outra matéria).
Sei que essa catarse não será fácil, porque também dentro de mim posso perceber a força deletéria, satânica, me puxando. Mas pela graça divina, com todas as minhas forças lutarei para fazer parte da Corrente do Golfo, vencendo o pecado no ninho, na mente, nos olhos, nos ouvidos, no olfato, nas emoções e sensações.
Embora seja árdua a luta, por ser minuto a minuto, por que é um esperar pelo Senhor a cada segundo, que Ele me encontre de vestidos alvos e com óleo na cabeça.
O JORNALEIRO.
Publicado em 4 de dezembro de 2014
Escrevendo a Timóteo, Paulo compara o pastor a um lavrador que trabalha do raiar do sol até o anoitecer. No original, o termo transmite a ideia de trabalhar até a exaustão.
Infelizmente, o ser pastor não está sendo compreendido pela maioria da safra nova de pastores e também pela própria igreja que acaba idolatrando seus líderes.
Temos trabalhado na Igreja Batista Betel com equipe de pastores. Procuramos ensinar que um depende do outro e que nem todos têm o mesmo dom, daí a necessidade de sermos amigos, companheiros e atuarmos juntos em benefício do reino de Deus.
Com isto procuramos evitar a idolatria do pastor, a figura do pastor como o único protagonista do trabalho de Deus dentro da Igreja.
Ensinamos a importância dos líderes existentes dentro da igreja mostrando que muitas vezes eles são mais relevantes que os próprios pastores. Sempre visando desmistificar o pastor com o “primus inter pares”. A igreja precisa entender que a Bíblia ensina que todos os cristãos são sacerdotes, embora com dons diferentes.
Mas vamos ao nosso título: “Labor Pastoral”.
O primeiro trabalho do labor pastoral é o evangelismo. Sem paixão pelas almas, não há crescimento, nem da igreja, nem do próprio pastor.
Nunca peguei uma igreja pronta. Sempre comecei com poucas pessoas. Em Guararapes, com 13 pessoas. Em Bauru, com 15.
Em Guararapes, saía com meu pai e alguns irmãos corajosos pelos bairros, com uma pequena vitrola e um alto falante de esquina em esquina.
Em Bauru, incentivava pequenas equipes a saírem para os bairros. No Gasparine, a irmã Rosa e o irmão Isaías cediam suas casas. O irmão Osmar também.
Assim foram nascendo as demais unidades da Igreja.
Sem evangelismo a Igreja morre, os crentes ficam mais preocupados em fofocar do que ganhar almas. Agora o “facebook” está aí para piorar a situação.
Vinicius, você aí em Santa Catarina, se lembra das nossas saídas pelo Mary Dota? De quando entravamos num ônibus indo de um bairro a outro entregando folhetos, ou passávamos pelas lojas deixando exemplar da Bíblia e conversando com o povo?
Foi pouco tempo, mas muito lindo.
Já ouvi uma história de um jovem pastor que quando perguntado sobre como ele evangelizava, respondeu: “Evangelizar é para as ovelhas, não é trabalho de pastor”.
Nós ensinamos nossos pastores, os incentivamos. Já fizemos vários treinamentos sobre as quatro leis espirituais.
Tá lembrado pastor Aparecido, você que está em Catanduva? Pelo menos você se salvou, porque sei que é um ardoroso evangelista.
O pastor deve ser o primeiro a sair em campo, dar o exemplo, ir para a praça. Muitas vezes converso com taxistas, vendedores ambulantes, sento junto a pessoas em praça de jardim.
Agora estou com 70 anos, vou completar 71, já perguntaram em tom jocoso quando que eu ia entregar a bengala. Espero que todos a entreguem como eu estou entregando: com várias igrejas que procurei ajudar com muito pouco, mas que deixei minha marca, em Araras (um abraço pastor Donisete), Agudos, Pirajuí, Valparaíso, Guararapes, Andradina, além de oito unidades em Bauru, e agora nosso Parque Viaduto.
É triste ser desrespeitado em minhas decisões, com comentários irônicos e insidiosos no facebook, “O Senhor seja o meu juiz”.
Nunca decido de inopino, mas demoro – às vezes dois anos –, e nunca sozinho. Sempre com os demais pastores, sempre com unanimidade. Nunca às escondidas, mas com transparência.
Os pastores da nova safra são ensinados que os frutos da videira no capítulo 15 do evangelho de João são apenas frutos de caráter.
Procuram fugir da verdade e da responsabilidade.
Alguns até ensinam que esse capítulo não é para a igreja hoje.
Mas ali está escrito “eu vos ordenei para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça” Porventura este texto não é uma ressonância da grande comissão “Ide e fazei discípulos”.
Ganhe almas e as discipule. Mas é cômodo discipular somente os que já estão dentro da igreja.
O pastor tem que evangelizar, tem que ser um ganhador de almas, e a igreja também, senão serão cortados, podados pelo Senhor.
A nova safra tem dificuldades para evangelizar, porque mentalizaram que ser pastor é ser “Pastor de gabinete”. Só estuda, só ora, só lê, não sai a campo. “Saiu o semeador a semear”.
A Palavra de Deus é comparada ao martelo. Então, já dei bastante martelada. Mas é preciso destacar a oração, como labor espiritual.
O pastor de gabinete ora no gabinete, mas precisa orar com os irmãos, marcar vigílias de oração – não importa se vão apenas dois ou três –, marcar jejuns na igreja. Uma vez marquei uma vigília na Pousada. Mas com uma regra: só podia ir que fosse ficar até o fim. Alguns reclamaram, porque alegaram que precisavam sair antes. Mas só permiti ficar quem ficasse até as seis da manhã. Lembra irmã Eleni e Edvaldo, aí da Pousada? Bons tempos, não?
O pastor tem que ensinar pessoas a orarem. Ele precisa orar de maneira que ajude os outros aprenderem.
Quando alguns irmãos chegaram em nossa igreja, provenientes de outra, ficaram surpresos em ver nossos irmãos orarem. Se não me engano, esse depoimento foi seu Cássia. Louvo a Deus pela sua vida.
Ao sair de uma igreja, um pastor deve deixar atrás de si um rastro de oração, pessoas intercessoras, que sejam ousadas diante do trono de Deus, que aprendam que orar é além de falar com Deus, é ouvir Deus, que se aprende de Deus e sobre Deus de joelhos, com a boca no pó.
Momentos de lembrança… quando íamos andando pelos trilhos da rede ferroviária, com lampiões acessos, orar nas casas de irmãos que trabalhavam na rede. (Estou chorando irmã Aparecida. Que saudades do irmão Raimundo).
O labor pastoral abrange primeiro o evangelismo, que se não for praticado, a igreja morre. E também a oração intensa. Esses princípios devem ser ensinados à igreja.
O pastor deve se preocupar com a Gestão da Igreja. Há pastores que não se preocupam em saber quanto entra e quanto sai da igreja. O pastor que não sabe donde vêm os recursos, corre o risco de não ser grato a Deus e aos irmãos. O apóstolo Paulo, quando recebeu das mãos de Timoteo a oferta que veio de Filipos, assim se expressou: “Alegro-me grandemente no Senhor, por terdes finalmente renovado o vosso cuidado para comigo, sobre o qual, na verdade, estáveis atentos, mas vos faltava ocasião apropriada.”
A Gestão da igreja não se limita à parte financeira. Temos na igreja uma relação de 30 pessoas que são visitadas, semanal, quinzenal ou mensalmente, conforme o caso. Há um controle sobre essas visitas, para que o irmão não deixe de ser acompanhado.
Os ministérios da igreja são formados e acompanhados. Temos vários ministérios criados na igreja, quero destacar o de capelânia hospitalar, escolar e penitenciário.
Na hospitalar temos artesanatos para os doentes. A igreja tem se destacado nesta área sendo respeitada e procurada para este trabalho.
Procuro incentivar os pastores da nova safra, quando surgem, a se informarem sobre estes trabalhos, mas pastores com mentalidade de “gabinete”, não se interessam nem em saber como funciona, nem em começar em sua unidade. Lamentável.
O gerenciamento de ministérios, que compreende criação, formação de equipes e treinamento, faz parte do labor pastoral.
Gestão pastoral é treinamento. Temos como exemplo o treinamento na área de capelania. Muitas vezes não sabemos como fazer, mas temos que ir atrás da informação. Corremos muito para chegarmos onde estamos na área de capelania hospitalar.
Ao nos informamos sobre o processo, procuramos dar andamento a ele. Irmãos foram à capital fazer vários dias de estudo e treinamento em hospitais sob acompanhamento de monitores. Leem e fazem provas de avaliação. Em breve, seremos um núcleo de formação, creio ser o primeiro no interior de São Paulo.
Na capelania escolar, onde irmãos abnegados atuam em uma escola temos visto milagres. Uma irmã nossa, depois de dez anos voltou a lecionar lá. Estranho, a escola estava muito melhor. Testemunho da diretora e professores – o trabalho de capelania feito pelos nossos abnegados irmãos.
Na capelania penitenciária, nosso jovem irmão André lidera uma equipe briosa.
E o que falar do Parque Viaduto, já em funcionamento com o nosso evangelho sem palavras?
Faço questão de que os pastores que visitam sejam treinados. Nossas visitas pastorais não são visitas sociais, de risinhos, abraçinhos. O pastor chega procura inteirar-se rapidamente do estado da família. Ora, lê a Bíblia, faz uma breve explanação, canta hinos do cantor, vê se a família precisa de alguma coisa, e sai para o campo que o jogo é de campeonato.
Nossos pastores não podem alegar ignorância, porque sempre temos reuniões pastorais e reuniões de colegiado. Além disso, estimulo nossos pastores a se conversarem e a procurarem informações com os demais colegas e com os líderes de ministérios. Insisto que procurem saber como a igreja funciona e que levem suas unidades a estarem com sintonia com a unidade da Bela Vista.
O labor do pastor deve contemplar o empreendorismo.
Compramos e construímos na Pousada, mérito para o pastor Quintanilha. Compramos no Gasparini. Nossa visão é construir sede própria no Mary Dota, Jardim Ferraz e São Carlos. Espero ver esses sonhos realizados antes de partir. No Mary Dota já temos terreno, o ano que vem pretendemos construir. Em São Carlos, há dois consórcios de sessenta mil cada, um já foi contemplado. Pretendemos comprar mais um consórcio, porque em São Carlos terreno é caro. São despesas tiradas de Bauru, não de São Carlos que não tem condições para se manter.
Bem, estejam certos que há muito que falar ainda sobre o labor pastoral. As noites de angustia sem dormir. Aceitar as críticas com serenidade, como as que estou recebendo agora, ter a sua autoridade contestada por pessoas que desconsideram nossa história, mas reconhecida até mesmo por igrejas que não são simpáticas ao avivamento. Sofrer o resto das aflições de Cristo pela sua igreja. Olhar a igreja como um todo mantendo a sua unidade mesmo à custa de perdas pessoais.
Não mencionei as lutas convencionais, mas destaco o trabalho que fiz à frente da comissão que tratou do G-12, onde no lugar de ganhar inimigos, ganhei amigos. (Amados pastores do nosso Goiás).
Lembranças bem antigas me veem a mente. Uma vez na alta noroeste voltei de uma ação evangelizadora com calombos por todo corpo. Dormi num cochão que parecia uma colônia de percevejos. Ameacei falar para alguém, pastor Elpio Lorenço, hoje em Araçatuba me repreendeu. Tive bons professores. Certa feita viajei duas horas dentro de uma fazenda (jarguá, em Guararapes) – só terra – para evangelizar uma família. Em outra fazenda Murutinga do Sul que fui pregar, irmão Lázaro disse que ninguém aceitou o convite. Colocamos o alto falante na árvore e pregamos pensando que não tinha ninguém. Uma família de onze pessoas, com vergonha de se aproximar, escondeu-se atrás dos pés de café. Depois a notícia: todos se converteram.
É hora de entregar a bengala, como estão dizendo por aí. Mas os dons que Deus me deu estão aqui, mais fortes do que nunca, e creio que mesmo não estando à frente da presidência da igreja, estarei procurando novos espaços, continuarei no meu labor pastoral.
O JORNALEIRO
P.S. – No dia 31 de dezembro, a Igreja Batista Betel de Bauru, completará 50 anos, dos quais aproximadamente 40 deles dediquei-me a ela.
Publicado em 21 de outubro de 2014
Volto ao assunto porque li um artigo de Regina Navarro Lins, psicanalista e escritora, onde ela diz com propriedade: “O fim de um relacionamento é tão doloroso que muitos estudiosos consideram o sofrimento comparável em intensidade à dor provocada pela morte de uma pessoa querida” [1].
Bem, quem passou pela experiência poderá constatar a veracidade desta afirmação. É como um assassinato, ou talvez pior, porque no assassinato a pessoa para de sofrer, enquanto no divórcio a pessoa ferida continua sofrendo a dor de uma perda, comparável à dor da perda de um pai, ou quem sabe até de um filho.
Em razão disso a Bíblia é categórica: “Deus odeia o divórcio”.
Analisamos o conceito de pecado no nosso último artigo sobre esse assunto como sendo um “errar o alvo”.
Agora iremos analisar o conceito de pecado como algo que é prejudicial ao ser humano.
Deus odeia o divórcio pelas consequências que ele traz. Um deles é a dor do abandono comparável à dor da morte de um ente querido.
Quando digo que não posso andar com uma pessoa, um líder, que não acredita na palavra de Deus e vê o divórcio como algo banal, comum, que deve ser aceito de forma irrestrita pela igreja, digo-o em razão do resultado que ele produz.
Nossa primeira posição em relação ao divórcio é de condená-lo, porque quem dá causa a ele está provocando uma dor terrível na pessoa vitimada, pelo abandono.
Continua a articulista – “Ele deixou de amá-la, e ela deixou de amar a si mesma”. “Sem perceber, ele já começou a matá-la”. “A morte física é a continuação da morte psíquica provocada pelo abandono – diz a escritora Carmen Posadas” [2].
Não estou relatando uma posição da igreja ou de um pastor, mas de uma estudiosa do assunto.
Muitos pastores e cristãos deveriam refletir bastante nessas considerações. E levantarem dentro da igreja uma bandeira contra o divórcio, para que cada cristão pensasse bem no mal que pode provocar no outro, no seu próximo.
Antes de escolher com quem casar, antes de tomar este passo tão importante na vida, deveria pensar que Deus é quem nos julga – “o julgamento começa pela casa de Deus” – Ele é juiz dos órfãos e das viúvas, e você está deixando uma mulher viúva e seus filhos órfãos.
Por que o fato de você passar um fim de semana com seu filho torna-o pai? O fato de você dedicar-lhe momentos fugidios torna-o pai?
Mas queria falar também da pessoa ofendida, machucada – “O sentimento de culpa tortura a alma da mulher abandonada”. “Repete mil vezes para si mesma que não conseguiu manter o amor do homem, que não tem atrativos, que tudo é culpa dela”.
Em síntese, ela se sente um lixo. Quando não é cristã, vai à forra. Mas quando tem princípios e valores, recolhe-se em sua dor. Até quando? Será que durante toda sua existência haverá cura?
O papel da igreja é ser o corpo de Cristo, corpo que cura. Tenho visto muitas ovelhas viverem em santidade, mesmo feridas. Algumas já estão curadas. Achei notável a posição de uma ovelha quando fui duro em minhas considerações sobre o divórcio. “Não estou preocupado. Fui divorciado, não conhecia o evangelho, pois se conhecesse, não divorciaria. Ao conhecer o evangelho, a igreja me acolheu, o pastor realizou meu segundo casamento”, – agora no Senhor – (a inclusão é minha).
Eis um caso de cura completa, de confiança em seu processo de restauração.
A ovelha em questão aceita a verdade de que “Deus odeia o divórcio”, mas aceita que Deus o perdoou, porque pecou em ignorância, pois se conhecesse a verdade, não o faria. Mas também acredita que Deus o perdoou e a igreja o acolheu.
Através deste exemplo vemos de forma bem limitada o papel da igreja na recuperação de pessoas que foram vítimas do divórcio.
A igreja abraça a Palavra e não aprova o divórcio, mas analisa cada caso, atentando para o ocorrido, para o testemunho da pessoa, e traz para a comunhão aqueles que foram lavados, purificados, após se arrependerem sinceramente, se propondo a obedecer à recomendação de Cristo: “Vai e não peques mais”.
É importante que a igreja integre a pessoa ofendida e os que pecaram por ignorância, isto é, antes da conversão. Mas também deve ser firme e forte com aqueles que sabendo e conhecendo a verdade, desobedecem.
Volto a uma pergunta aqui formulada: haverá cura?
O evangelho, no dizer de Paulo, é o poder de Deus para salvação daquele que crê. O evangelho é poder para apagar todos os traumas, enxugar todas as lágrimas, abrir perspectivas de ser um dom de Deus para outros, que são náufragos num mundo caótico e sem Deus. O evangelho pode tirá-lo de uma situação de dor, desamparo, abandono, e transformá-lo num aceno de esperança para todos os que sofrem.
Sim, há cura! Cura completa e vida abundante, para todos aqueles que sobrepujando suas lágrimas e dores, transcendendo o seu próprio sofrimento, decidem ser as mãos e os pés de Cristo na cura das almas.
O Jornaleiro.
[1] Regina Navarro Lins, “Dor e renascimento na separação”, Disponível em: <http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2014/07/12/dor-e-renascimento-na-separacao/>. [Outubro, 2014].
[2] Regina Navarro Lins, “Amor levando ao fim”. Disponível em: <http://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br/2014/10/14/amor-levando-ao-fim/>. [Outubro, 2014].
Publicado em 3 de outubro de 2014
Vamos considerar o assunto do ponto de vista bíblico. A Bíblia diz que Deus odeia o divórcio. Jesus, por sua vez, nos ensina que “o que Deus uniu não o separe o homem”.
Fica claro, portanto, que o cristão deve buscar atingir esse alvo que a Bíblia traça para ele.
Note que pecar é errar o alvo. Pecamos quando não atingimos o traçado que Deus estabeleceu para nós. Quando divorciamos, por não atingirmos o alvo proposto por Deus, pecamos.
Vejo que ao condenar o divórcio, Jesus estava protegendo a mulher. Quem perguntou a ele sobre o divórcio não foram as mulheres e sim os homens.
Nos tempos antigos, como nos atuais, os homens deixavam suas mulheres por motivos banais.
Dentro desta visão é que devemos nos atualizar quanto ao divórcio. Ele não pode ser banalizado. Uma separação deve levar em conta o que vai acontecer com a mulher e com as crianças, principalmente elas.
Para que atinjamos o alvo de Deus, precisamos saber escolher com quem casar, examinar nossos sentimentos e intenções, calcular os riscos e nos propormos a não quebrar os vínculos conjugais.
Muita atenção na escolha inicial porque devemos nos lembrar que não podemos errar o alvo e o alvo é “uma vez casados, casados para sempre”.
Mas o que fazer com pessoas que por motivos diversos acabaram se separando? Qual deve ser a atitude da igreja em relação a elas?
Evidentemente não com juízos temerários, condenações impiedosas e discriminações; mas com misericórdia e com amor.
Precisamos primeiramente mostrar para as pessoas divorciadas que elas erraram o alvo e, na dependência do Espírito Santo, mostrar-lhes o caminho do arrependimento.
Há pessoas que se divorciam e acham que não ofenderam os céus, que não deixaram pessoas machucadas, não provocaram trauma nos filhos e nos demais familiares. É preciso portanto mostrar-lhes o que a Bíblia diz a respeito.
Feito isto, precisamos considerar qual parte foi injustiçada na separação.
Precisamos examinar o fato concreto, cada caso em especial à luz da Bíblia.
Se há uma parte injustiçada, e isto fica claramente comprovado pelo testemunho da pessoa, a igreja deve orientá-la quanto ao risco de um segundo casamento, ensinar-lhe o caminho da cura, e prepará-la para um enfrentamento da situação que ela está vivenciando.
Se a pessoa que foi injustiçada aceitar as orientações da igreja quanto ao assunto, ter aguardado tempo suficiente para amadurecer para ter um segundo relacionamento; se ela for sábia, não prejudicar os filhos, unir-se a uma pessoa temente a Deus, de bom testemunho cristão, a igreja não pode negar-lhe a benção sobre sua decisão.
A regra é: “não” ao segundo casamento, e “misericórdia” se ocorrer um segundo casamento.
Há pouco tempo afirmei que não andaria com pessoas que aceitassem o divórcio, mas, explicando o dito, quis dizer que não andaria com pessoas que não aceitassem que a lei áurea da Bíblia, quanto à separação, é não ao divórcio.
Mas quanto àqueles que foram feridos por uma separação, que foi inevitável, uma vez sendo ela injustiçada, abandonada sem motivo, ela deve ser acolhida, amada, curada, e permitida uma nova união, mas advertida de que um novo casamento acabaria por quebrar a comunhão com a igreja.
Combate-se então a irresponsabilidade no trato do casamento, a falta de seriedade, a desobediência à Palavra de Deus.
Em razão de a Bíblia condenar o divórcio, muitos irmãos atingidos por ele sentem-se discriminados quando o assunto é abordado. Não há razão para se sentirem assim, principalmente, se não foram responsáveis pela separação. Para eles apontamos a chamada exceção paulina que está em I Coríntios capítulo 7 vs. 12 e 14 :
“… e a mulher que tem marido incrédulo e este consente em viver com ela, não deixe o marido”
“mas se o descrente quiser apartar-se que se aparte, em tais casos não fica sujeito a servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado para a paz.”
Observe o que o texto diz “livre da servidão”, isto é, livre dos laços conjugais. A palavra de Deus em Gálatas (em outro contexto, mas aplicável também a estes casos), diz: “permanecei livre na liberdade com que Cristo vos libertou e não torneis ao julgo da servidão”.
Se irmãos e irmãs libertos continuam traumatizados com seu passado, a solução ir à Cristo: “Vinde a mim, voz que estais cansados e oprimidos”.
Pela fé, é necessário libertarem-se da culpa. Uma vez que já foram chamados para a paz, foram santificados e estão assentados com Cristo nas regiões celestiais.
E se a parte que se aproxima da igreja for a errada, deve-se ter mais rigor no trato do ocorrido. A igreja deve agir da mesma forma que agiu com a parte injustiçada. Mas um novo casamento só deve ser aceito se fosse comprovada uma mudança radical, um arrependimento profundo, um recebimento de perdão da parte ofendida.
Essas são as diretrizes que seguimos: firmeza em considerar o divórcio pecado, e compaixão com os divorciados, dando a cada caso uma direção, no amor e na sabedoria que Deus nos der.
Não podemos ser liberais sobre o assunto, mas firmar posição, porque temos uma responsabilidade com as gerações futuras que naufragarão na fé se não verem na igreja uma posição consistente e fundamentada nas Sagradas Escrituras.
Não podemos andar compartilhando decisões com pessoas que tratam levianamente tão importante tema.
O Jornaleiro
( 03/10/2014 )
Publicado em 30 de setembro de 2014
Voltando ao tema, uma vez que parece que algumas pessoas que leram a reflexão sobre “Declarando o meu voto”, não atentaram para sua mensagem central.
Primeiramente quero agradecer àqueles que foram contundentes em seus comentários. Louvo a Deus pelas suas vidas. Gosto de ser contrariado e criticado. Não gosto de elogios, mas gosto de críticas. Elas me colocam no meu pequeno e mesquinho lugar. Atestam até onde posso ser tolerante, amável e elegante, mesmo sendo desprestigiado.
Não combato homens, nem partidos ou instituições, combato ideias, porque elas geram atitudes, comportamento.
De modo nenhum posso concordar com a ideologia petista, porque ela gerou e tem gerado escândalos, após escândalos. A ideologia do poder, de ter, dominar e não aceitar que ninguém pense ao contrário. Uma ideologia que se une a Morales, Castro, Maduro.
Nossa presidente fez uma declaração contra o posicionamento de nações que se alinharam contra o ISIS.
Não posso ser a favor da guerra, da violência, de bombas, mas de ambos os lados. Contudo, parece que o PT tem apenas um lado e não sabe ver o que está realmente acontecendo no Oriente Médio.
Até a China está tomando uma decisão coerente. E a Rússia, pelo menos, está em silêncio. Mas nossa presidente tomou partido. Sua neutralidade não é neutralidade, é um alinhamento com países reconhecidamente terroristas.
Sou contra as ideias do PT, mas não odeio o PT. Não o combato com paixão, mas com espírito calmo e sereno, como convém ao cristão.
Aceito que outros o defendam, mostrem suas virtudes e digam que estou errado.
Uma coisa é certa, seja qual for o partido que vencer essas eleições, teremos dias de aperto, de dificuldades, protestos. Homem nenhum resolverá os problemas que surgem nesta terra, porque o coração humano está dominado pelo pecado.
O pastor Nicodemos, em seu blog, disse uma verdade: nós, cristãos, sobreviveremos ao PT, porque os cristãos primitivos sobreviveram ao Império Romano; e o PT é fichinha perto do Império Romano. Palavras do pastor Nicodemos.
Pretendo votar em Dilma porque aposto que com mais quatro anos de mandato, o PT entrará em processo de entropia. Tudo que se volta para dentro de si mesmo acaba morrendo. É uma lei da física.
O PT precisa ser expurgado por ele mesmo, compreender seus erros e curar-se. Isto só acontecerá quando ele perceber que sua ideologia política, que é o poder pelo poder, é cheia de falácias.
Se o PT perder esta eleição, daqui a quatro anos ele estará de volta. Se ganhar, não se aguentará ou sucumbirá nas próximas eleições. E não se levantará tão cedo.
Este é o meu olhar sobre as eleições de 2014.
Mas é melhor que você pense ao contrário. Você é livre para escolher seu candidato. Meu desejo não é manipular você, mas apresentar um cenário que poderá ser viável ou não. O tempo irá nos dar a resposta.
Meus filhos, minha esposa, votarão em Marina. Nossa casa é democrática e nossa igreja também.
O cristão não pode tratar de nenhum assunto, seja ele religioso, político, futebolístico, etc., com paixão, deixar o espírito do mundo dominar seu coração.
Respeito o PT, a presidente, todos os partidos e todos os candidatos. Jamais me dirigirei a eles como se eu estivesse no alto e eles embaixo, mas combato suas ideias, que acabam gerando ações nefastas, prejudiciais à nação e ao nosso povo.
Por trás das ideias está um poder maligno que domina o mundo, “o mundo jaz no maligno”. E não é com o voto que derrotaremos este espírito do mal, mas com oração, muita oração. Não importa em quem você vai votar, ore. Não importa quem vai ganhar as eleições, ore. Não importa se eu ou você estamos certos, oremos.
O meu osso e seu osso não serão roídos, porque temos um Deus que vela por nós, e nós sabemos nos contentar com o pouco e com o muito. Estamos preparados para toda e qualquer situação porque nosso Deus é quem adestra as nossas mãos para peleja, é Ele quem nos protege e consola em tempos de angústias.
Quando falei sobre roer o osso me referi aos problemas que o futuro presidente enfrentará.
O que aprendemos sobre a lei da semeadura e da colheita? “Quem semeia ventos, colhe tempestades”, “De Deus não se zomba, tudo que o homem semear, isto ele ceifará”.
O que tem semeado nossos políticos, nossos legisladores, nosso poder judiciário, e o que tem semeado nossas igrejas, o que tem ensinado, o que tem lido, o que tem cantado.
Se conheço um pouco da Bíblia, o que possa esperar, diga-me você o que posso esperar?
MARANATA, ORA VEM SENHOR JESUS.
Mas enquanto aguardamos, oremos.
O Jornaleiro.
( 30/09/2014 )