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DECLARANDO MEU VOTO

Publicado em 20 de setembro de 2014

Declarando meu votoUm assunto difícil de comentar, mas vamos ver onde nos leva a inspiração. Gostaria de falar de minhas apreensões. Não há um candidato a presidente que eu possa dizer – esse é o cara. Mesmo porque, se você pensar bem, político não tem cara. Eles falam o que os marqueteiros mandam que falem, logo não são autênticos, nada originais.

Agora um dos candidatos resolveu apelar. Mas não é culpa dele, ou dela, mas do seu marqueteiro. Você deve ter lido uma propaganda sobre o Banco Central, dizendo que a autonomia do Banco Central implicaria na perda de empregos, juros altos, e outras coisas.

Se ele não for independente, quem vai controlá-lo? O povo?

Certamente que não. O governo? Sim, o governo. Então quer dizer que se o governo controlar o Banco Central haverá mais empregos, juros mais baixos. Mas os juros estão baixos?

Não estou querendo apoiar um e menosprezar outro, estou dizendo que político não tem cara. Seja do PMDB, PSB, PT, PSDB, o que eles querem é o poder. Um desses partidos até diz descaradamente que tem um projeto de poder.

Vamos procurar ver se há um pouco, pelo menos um lampejo de idealismo nesses nossos candidatos.

Gostaria que a Dona Dilma ganhasse. Não que tenha preferência por ela, como disse político não tem cara.

Mas é que vem por aí uma situação brava. Depois das eleições o povo vai sentir na pele os efeitos danosos de uma política econômica mal conduzida.

O governo apostou no consumo, e ofereceu crédito fácil. Todo mundo se endividou.

Achou que os bons ventos iriam continuar, mas eles pararam de bafejar a tempo.

Os preços foram represados. A copa deveria ser uma vitrine de um país tropical abençoado por Deus. Ela se foi, a fantasia se desfez. E agora culpam os dias parados como causa de uma economia capenga.

Mas apesar de tudo, torço pra Dilma ganhar: Comeu a carne? Que roa o osso.

A minha opção seria Marina, mas é romântica, ingênua. Vai ser comida para tubarão. Marina é pomba, Dilma raposa. Se as duas pudessem se tornar uma, quem sabe?

Só não voto em Marina porque ela vai sofrer as consequências de uma má gestão do PT e depois vai sofrer horrores com a militância vermelha.

Nem vou falar do Everaldo. Pastor de vocação não entra nessa. Aliás, quantos padres estão disputando a eleição?

Em quem você vai votar? Imagino o seu pensamento:

– Marina é crente: crente vota em crente.

– Dilma é a atual Presidente: o cristão deve ser submisso à autoridade.

– Aécio é homem: Cabra macho vota em homem, chega de mulher no Planalto.

Bem, pelo que você viu, a solução é orar, para que Deus nos ajude nessa nossa peregrinação por este mundo, que, como disse Tozer, “não é lugar de se divertir, de entretenimento, mas campo de batalha”.

O Jornaleiro.
( 20/09/2014 )

O TEMPLO DE SALOMÃO

Publicado em 12 de agosto de 2014

O Templo de Salomão _ Tainara            Deus ordenou que Israel construísse um templo, com medidas, formato, arquitetura, materiais, de acordo com o que Ele prescreveu. Davi não pôde fazê-lo por ser homem que havia derramado muito sangue, coube a tarefa à Salomão, seu filho.

O templo foi destruído duas vezes, uma por Nabucodonosor, outra por Tito, general romano, no ano 70 d.C.

A finalidade era anunciar o futuro, preparar a humanidade para a vinda de Cristo.

O templo e tudo que havia nele eram sombras do que viria, isto é, eram figuras.

Não podemos confundir sombras com a realidade. O templo com todos os seus móveis e adereços eram sombras (Hebreus 8. 5 a 13).

Observe a Palavra em Hebreus 8.5 – “Estes servem num santuário que é representação e sombra daquele que está nos céus”.

Ainda, em Hebreus 8.13 – “Ao proclamar “Nova” está aliança, Ele transformou em antiquada a primeira. E o que se torna superado e envelhecido, está próximo do aniquilamento”.

Como exemplo, podemos citar o véu que existia dentro do templo separando o Lugar Santo, do Santo dos Santos. Ninguém podia entrar no Santo dos Santos, a não ser o sumo sacerdote (uma vez ao ano), e havia ainda o véu demarcando limite – até ali o homem podia ir, não mais.

A Bíblia diz que o véu representava a carne de Cristo (Hebreus 10.20). Quando Ele morre o véu se rasga, indicando que Cristo destruiu a parede de separação e abriu caminho para Deus a todo homem, através do sangue do Cordeiro.

Com a vinda de Cristo, o templo tornou-se desnecessário. O templo era a sombra, Cristo a substância. O templo era a figura, Cristo a realidade.

Prova disto é que Ele disse para os judeus – “destruam este templo,e em três dias o levantarei”. Por causa disso, os judeus queriam matá-lo e disseram – “tantos anos demoraram nossos pais para construir este templo; agora dizes que em três dias você o levanta?”.

Cristo estava, entretanto, se referindo ao seu corpo como sendo o templo de Deus. A Bíblia diz que nele habita corporalmente toda plenitude da divindade (Ev. João 2. 19 a 21).

Através dos apóstolos, que foram inspirados pelo Espírito Santo, aprendemos que nós somos o templo do Espírito Santo. Em Coríntios a Bíblia diz que nosso corpo é o templo do Espírito e se nós o destruirmos, isto é, corrompermos, Deus nos destruirá (I Coríntios 6. 10 e 20).

Ao mesmo tempo em que cada um de nós representa individualmente o templo do Espírito Santo, todos nós juntos também compomos o templo.

Para construir o templo, chamado de Salomão, a universal foi buscar pedras em Hebrom.

Mas Pedro diz que nós somos pedras vivas, nós somos pedras do verdadeiro templo, e uma pedra unida à outra forma uma casa espiritual, que é a igreja (I Pedro 2. 4 a 10).

Cristo nos ensina que: enquanto estava no mundo, o corpo dele era um templo; cada um de nós é templo; e todos nós juntos também somos templo.

Observe que faz sentido: a Bíblia chama Cristo de pedra angular, isto é, pedra fundamental; após Ele, vêm os apóstolos (também pedras) e, depois, a igreja (também pedra), formando um edifício espiritual, o verdadeiro templo.

Não há razão para usarmos figuras, quando temos a substância; usarmos sombras, quando temos a realidade. O verbo se fez carne e tabernaculou entre nós, isto é, fez seu templo entre nós e em nós.

Temos dois mil anos de história de Cristianismo. Nenhum pastor, autoridade espiritual, igreja nem sequer pensou em reeditar o templo de Salomão; mas agora, no alvorecer do século vinte um, um homem resolve fazê-lo.

Ele é o maior de todos os apóstolos porque nenhum apóstolo o fez, maior que todos os estudiosos e intérpretes da Bíblia, maior que todos os segmentos evangélicos de todas as eras.

Ou então é o maior embuste[i] deste século.

Eu não ouso dizer que ele é o maior de todos os líderes cristãos de todos os séculos ou o maior embuste, são momentos de escolhas, de decisão, onde cada um deve examinar as Escrituras e procurar saber por si mesmo o que é falso e o que é verdadeiro.

Temos a liberdade de escolher, mas saibamos o que escolher. Examinai as Escrituras porque cuidai ter nelas a vida eterna.

Vivemos um tempo em que a Bíblia é ignorada, o céu pode ser comprado, e a verdade, ultrajada. A preguiça mental, a indolência, a negligência leva os homens a procurar o que é mais fácil, o menos custoso.

A cruz morreu, o Calvário não é mais lugar de dor, renúncia ou sofrimento, não é o lugar onde o cristão é crucificado com Cristo, morrendo para tudo o que é terreno, não é mais lugar de Deus, mas estacionamento de carros importados, mares cheios de iates, lojas de grife, remédio para todos os males, tudo sem crise, indolor, ilha da fantasia, lugar onde se ergue o Templo de Salomão.

Consulte sua Bíblia e defina a sua trajetória neste mundo, escolha ser um simples peregrino ou ser um novo milionário, um novo empresário bem sucedido, um homem na crista da onda, sem problemas de nenhuma espécie, financeiro, conjugal ou profissional.

Escolhei hoje a quem ireis servir, lembre-se do que Satanás propôs a Cristo – “tudo isto de darei, se prostrado me adorares”.

O Jornaleiro.


[i] Embuste – engano; uma tentativa de enganar um grupo de pessoas, fazendo-as acreditar que algo falso é real [Fonte: Wikipedia].

SINDROME GAY

Publicado em 28 de julho de 2014

10574437_324164547748264_4234870719884633023_nParece que o mundo vai virar gay. É moda. A molecada está achando bonito e o número de adeptos aumenta a cada dia. Aqui vão algumas considerações sobre o assunto.
Davi diz que o homem é concebido em pecado. Aí está a raiz do problema. O mal está no homem. A Bíblia deixa claro o tema da degeneração total da raça humana. Usar meias palavras não resolve o problema. Passar a mão na cabeça e deixar prá lá também não, muito menos descriminar.

Como é pecado e os homens nascem pecadores, concluo que todo homem nasce com o potencial de frutificar pecados. Considere o pecado como uma árvore que está dentro do ser humano. O que vemos, adultério, prostituição, roubo, assassinatos, homossexualismo, são frutos desta árvore. Somos tentados a produzi-los, a gostar deles e a praticá-los.

Para o ser humano que nasce no pecado, e isto é inerente a toda humanidade, é prazeroso pecar. Logo, o homem peca por prazer. O ser humano em situação de ruptura com Deus busca a satisfação dos seus prazeres. Ora, a história, os costumes, a convivência social nos mostram que nem todos os prazeres podem ser buscados livremente.

Por exemplo, o homem dominado pelo ódio sente prazer em ver seu inimigo destruído. Parece absurdo dizer que um homem pode ter prazer em matar, mas se há ódio no coração ele não quer ver ser oponente numa pior? Mas a sociedade proíbe o matar. A lei mosaica proíbe o adultério e as convenções sociais a condenam. Como os tempos estão mudando, vai diminuindo o sentimento de repudio a infidelidade. Junta-se a isto a propaganda descarada da televisão sobre o assunto.

O homosexualismo está inserido dentro dessas observações apresentadas. Uma pessoa que nasce com o mínimo de tendência para ser homo, ao ser estimulada pelo meio ambiente, vai acabar dando vazão a esses sentimentos pecaminosos. É ensinado, de forma sublimar ou explicita, não importa, que a pessoa deve dar lugar aos seus prazeres, não deve inibi-los, o que vai aumentar a população gay. Tem gay passivo, ativo e passivo, só ativo. Evidencia-se aí que se trata da busca do prazer sexual sem contornos definidos.

Não sou autoridade sobre o assunto. Analiso o assunto sobre um ponto de vista teológico, o que deixei claro ao afirmar que a Bíblia ensina que o homem foi concebido em pecado. Na carta aos Romanos, Paulo fala que Deus entregou os homens a paixões infames, na desonra e perversão dos seus corpos, homem com homem, mulher com mulher. Devemos entender que Deus deixou os homens fazerem o que queriam já que não desejavam obedecer a Deus, não deram glória a Deus e perverteram a imagem divina. O homem não é a imago Dei? Este homem quando deturpa sua alma e seu corpo, deturpa a imagem de Deus, e como um abismo chama outro abismo…

O problema está aí, e dentro da igreja. Pedro nos estimula a combater as paixões carnais que destroem a alma. Todos temos que lutar contra as paixões carnais, sejam elas de que caráter for, seja compulsão sexual, compulsão por compras, roubo, ódio, qualquer paixão. É inadmissível para um cristão deixar que as paixões carnais o dominem. “Não reine o pecado em vosso corpo carnal”. Ser gay é pecado como todo outro, e o salário do pecado é a morte. Esta a sentença da palavra de Deus. Se você é cristão e se deixa dominar por paixões, no caso em tela, estamos falando sobre o homosexualismo, a recompensa para você é morte, separação eterna de Deus, inferno.

Talvez você tenha que lutar a vida toda contra esta paixão, mas não desista, lute, não ceda, avance em direção a sua total libertação. O evangelho é o poder de Deus para a salvação do gay, do adultero, do ladrão, e de todos nós com nossa soma de taras, paixões, e males interiores e exteriores. Se você não foi liberto, procure essa libertação, ainda que você fraqueje, não desista, se Deus prometeu libertação, “Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”, é porque há libertação.

Se você tem este problema, não fique divulgando, lute interiormente. Não tenha relacionamentos com quem tem o mesmo problema que você, procure relacionar-se com pessoas sadias nesta área.

Trejeitos – imite os gestos dos seus líderes, daquelas pessoas que você admira pelo caráter, princípios e valores, e não daquelas pessoas que assumiram definitivamente andar neste caminho mal.

Ocupe-se o mais que puder em ler, estudar, orar, testemunhar, desenvolver hábitos saudáveis. O mal é vencido pelo bem. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. A prática do bem, constante, dedicada ajudará você, no poder do Espírito Santo, a destronar o mal que está dentro do seu coração.

Se você não tem este problema, mas tem outros, seu papel é ter misericórdia, não julgar, não descriminar, mas colaborar com amor para que pessoas atingidas sejam restauradas. Não fique interrogando, querendo saber se é ou se não é. Assuma seu papel de cristão disposto a ajudar sem que a pessoa perceba, sem ferir ainda mais quem já está ferido.

O Jornaleiro

A TAÇA DA ILUSÃO

Publicado em 16 de julho de 2014

10487179_320676464763739_6543575918891648111_nDora Kramer, no seu artigo no Estadão, de quarta-feira, intitulado – ILUSÃO À TOA – dizia “A vitória da técnica sobre o improviso no vexame planetário de ontem na partida do Brasil e Alemanha pareceu corroborar com a escrita: não se pode fazer tudo errado esperando que no fim dê tudo certo.”
Mas alguém viu que estava tudo errado, denunciou, mostrou ao povo esta realidade?
Os cristãos, pastores, lideres, viram? A cegueira espiritual domina nosso povo e infelizmente também as lideranças das igrejas em todos os níveis. No lugar de orar, ser cauteloso, não se envolver, torceram, desfraldaram bandeiras, comemoraram. Interessante a colocação de Eliane Brum, comentarista da Folha de São Paulo: “Na grande tragédia da seleção brasileira nesta copa do mundo não há inocentes, nem mesmo a torcida”. Deus usa as pessoas de fora da igreja para falar a igreja, já que a cegueira geral domina nossos arraiais. Quem deveria demitir-se não é o Felipão, mas todos nós, que dizemos ser guias de cegos, mas estamos no mesmo nível de obscurantismo e cegueira, – “Na grande tragédia da Seleção Brasileira nesta copa do mundo não há inocentes, nem mesmo a torcida.”  Deveríamos acrescentar – nem mesmo a igreja.

Num artigo intitulado “O nacionalismo pueril”, Jean Marcel Carvalho França, diz:
“A precariedade de raciocínio leva locutores esportivos a associar de forma barulhenta e com os olhos marejados, a honra e orgulho nacional ao futebol” Mais adiante: “A precariedade de raciocínio e a completa ignorância dos conhecidos perigos de se promover o nacionalismo irracional e belicoso…” É triste constatar que o articulista tem razão, note os termos que ele usa “precariedade de raciocínio e a completa ignorância dos conhecidos perigos”. Não sou eu quem está dizendo. São vozes que se levantam de fora da igreja para denunciar, esclarecer e alertar.
Usando as palavras do articulista, aplicando-as a igreja, que não percebe os perigos de endeusar jogadores de milhões de dólares, situações mafiosas denunciadas até
pelo jogador e Deputado Romário, o frenesi popular, toda parafernália que se viu nestes últimos dias, são pecaminosas, trazem perigos de trazer o mundo para dentro dos nossos corações e passamos adorar a criatura e não o criador.
Romanos capítulo 1 versículo 21 : “Porquanto, mesmo havendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe rederam graças, ao contrário, seus pensamentos passaram a ser levianos, imprudentes, e o coração insensato deles tornou-se em trevas.” “E proclamando-se a si mesmos como sábios, perderam completamente o bom senso.”  Este texto da Palavra de Deus se fez presente no entusiasmo com que os cristãos participaram da “ILUSÃO À TOA”, participaram de um “Nacionalismo Pueril”, onde não “há inocentes, nem mesmo a torcida”.

Observem que usei textos de outros, não são minhas palavras, se o juízo do mundo assim se manifesta, como será o juízo divino? Temo, entretanto, que essas lições sejam esquecidas, que nem mesmo sejam consideradas. Temo que não se tenha percebido o espírito de soberba, ou melhor, o espírito de Lúcifer atrás de tudo isto. Temo que essa soberba não esteja só lá fora, mas também dentro da igreja, e não se tenha visto de maneira clara que a “soberba precede a ruína”. A soberba precedeu aos sete “minerazos”, numa lembrança do que aconteceu por ocasião da derrota do Brasil, no maracanã, em uma final de copa do mundo.
Nada acontece à toa, os acontecimentos trazem lições, são a mão de Deus na história, porque não um a zero, dois a um, tinha que ser sete a um? Mas como diz o Felipão, a vida continua. Continua a falta do bom senso, a precariedade de raciocínio, a completa ignorância, (notem que não são palavras minhas), porque parece que a luz veio ao mundo mas os homens amaram mais as trevas do que a luz. Aplicar isto a igreja, é perder de sete a um.
Termino com Eliane Brum: “O que aconteceu não foi um apagão de seis minutos no jogo contra Alemanha.” “Seria fácil se fossem só seis minutos.” “Na vida real o apagão dura anos, abarca o país inteiro e continuará como espetáculo depois da copa…”  Eliane Brum diz que o apagão dura anos. Que a misericórdia de Deus nos alcance e que para nós não dure uma eternidade, porque “Deus não se deixa escarnecer, tudo que o homem semear colherá”
“ILUSÃO À TOA!”.

O Jornaleiro.

OS INTOCÁVEIS

Publicado em 30 de junho de 2014

Os intocáveis _ 30 06 2014OS INTOCÁVEIS

          Parece filme policial que relembra Eliot Ness combatendo os “gângsteres” durante o período da lei seca, enfrentando o famigerado mafioso Al Capone.

Mas não se trata de filme policial ou de uma ficção, mas de realidade cruel. Os intocáveis “são mais de 1,3 milhão de indianos catadores de excrementos responsáveis por limpar as fezes de 15 milhões de pessoas”.

A reportagem sobre o assunto é do jornal Folha de São Paulo, de 18 de maio do corrente ano.

Aos 13 anos, Sudhira, que hoje está com 60 anos, casou-se e recebeu de sua sogra uma herança: uma cesta de bambu, uma pá e uma vassoura para limpar excrementos de 60 casas.

“Acorda às 7 h, primeira casa, vai até o fundo do terreno onde fica o banheiro – um buraco raso no chão, cercado de uma parede baixa de tijolos”.

“Retira os excrementos, sem luvas, com uma pá, em meio a uma nuvem de moscas e um cheiro horrível”.

“Recolhe esse bolo de excrementos e põe na cesta que leva sobre a cabeça. Às vezes escorre”.

“Há 1,3 milhões de pessoas na Índia que são catadores de excrementos. Elas pertencem a uma casta de INTOCÁVEIS.”

“O maior empregador de catadores de excrementos da Índia é o sistema ferroviário”.

“São 178 mil vagões de trens, cada um com quatro banheiros. Não existe nenhum tratamento. A pessoa faz suas necessidades, e os excrementos caem sobre os trilhos. O catador de excrementos limpa”.

Jesus Cristo disse que nós somos a luz do mundo, o sal da terra. É importante observar que Jesus não disse que os discípulos seriam a luz de Israel ou da Palestina, mas luz e sal do mundo.

Os cristãos são responsáveis por esta situação deplorável que ocorre na Índia, na medida em que não temos sido efetivamente luz e sal.

A Igreja tem falhado na sua missão de colocar o mundo de cabeça para baixo, como fez a primeira geração de cristãos. Podemos argumentar que o que ocorre na Índia não tem nada conosco, mas como sal e luz do mundo, tem.

O que há de errado conosco?

Será que pensamos ser cristãos e não somos? Será que pensamos ser convertidos e somos apenas convencidos? Será que temos experimentado um verdadeiro arrependimento?

Prefiro abordar a questão do arrependimento. Pedro chorou amargamente quando negou Jesus. Isaías desesperou-se. Paulo disse “miserável homem que eu sou”.

O encontro do homem com Deus resulta em um estado de arrependimento.

Note não um momento de arrependimento, ou um dia de arrependimento, mas um estado de arrependimento. Não deveríamos perguntar a partir de que dia aceitamos a Cristo como Salvador e Senhor, mas a partir de que dia começamos a nos arrepender.

Cristo viveu um estado de humilhação, ele não tinha do que se arrepender, nasceu sem pecado e não cometeu delito algum durante toda sua vida terrena.

Entretanto, o estado de humilhação de Cristo vem nos ensinar que nosso estado de arrependimento deve ser um estado de humilhação.

A vida de piedade é vida de confissão, vida aos pés da cruz, consciência de que somos indignos, necessitados e dependentes de Deus.

Por mais incrível que pareça, devemos ver uma semelhança entre a casta dos intocáveis na Índia e nossa situação. Afinal, não é porque Cristo nos salvou que deixamos de ser indignos, necessitados e dependentes.

A consciência do que somos, piores do que a casta dos intocáveis, deve nos levar a uma constante humilhação, a um estado permanente de arrependimento.

Mas parece que temos muito a celebrar, principalmente nestes dias de euforia e ufanismo, mas pouco a chorar aos pés de Deus.

Rimos com o mundo, aplaudimos, nos entusiasmamos, vibramos, comemoramos. Parece que queremos viver em um estado de festa permanente, e não de humilhação permanente.

Podemos até chorar nos fugidios momentos que pensamos estar a sós com Deus, como se Ele devesse merecer a nossa pequena atenção por escassos momentos; nos demais é folgar, rir, celebrar.

O homem arrependido está em constante humilhação, na oração, no choro da alma soluçante por santidade.

Choremos pela Índia, choremos por nós mesmos, não chegou ainda hora de sermos vestidos com vestes de alegria, essa hora virá para nós se aprendermos a chorar porque temos fome e sede de justiça. Fome e sede para que a justiça venha, e um mundo novo surja das cinzas do apocalipse.

O arrependimento é uma mudança radical de mentalidade e modo de ser.

O arrependimento nos traz uma nova forma de ver as coisas, a vida e o mundo.

Não vou me aprofundar na questão, mas a casta dos intocáveis na Índia tem muito a nos ensinar sobre a posição dos cristãos no mundo, como sal da terra e luz do mundo.

O Jornaleiro.

POLÍTICA NA IGREJA

Publicado em 28 de maio de 2014

Política na Igreja ITranscrevemos excertos da coluna da jornalista Vera Magalhães, do dia 19 do corrente mês:

“Rebanho” – “Políticos protagonizaram a festa de aniversário do Pastor Samuel Ferreira da Assembléia de Deus no sábado em São Paulo.” “Subiram ao palco o Vice-Presidente Michel Temer (PMDB), o senador Aloísio Nunes (PSDB) e o presidenciável Pastor Everaldo (PSC)”

“Oremos” – “Os quatro principais pré-candidatos ao governo paulista também estiveram lá.”

“Linha direta” – “O pastor agradeceu em público a Dilma por ter telefonado para cumprimentá-lo pelo aniversário, e registrou o horário exato do telefonema 19 horas e 5 minutos”.

O jornal A Folha de São Paulo também registrou :

“Aleluia, irmãos”

“Na comemoração do aniversário do Pastor Samuel Ferreira, da Assembléia de Deus, no último sábado, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) se disse impressionado com a quantidade de políticos reunidos na igreja. Em seu discurso, o tucano brincou:

O pastor ainda conseguiu a proeza de converter o Aloísio Nunes em evangélico. ”

“Logo depois, coube ao ex-governador a leitura do Salmo 23. O pastor arrematou:

            – Serra, acho que foi você que foi convertido! ”

Nada acrescentei aos textos acima, eles são fiéis transcrições do que foi escrito na coluna de Vera Magalhães e na Folha de São Paulo. Analisemos estes textos. Eles estão elogiando a igreja ou escarnecendo da igreja? Observem a forma como o texto foi exposto – Rebanho, Oremos, Linha Direta, e o da folha Aleluia, irmãos.

Rebanho – A articulista está dizendo que todos os políticos presentes participavam de um só rebanho? O que entendemos por rebanho? São aqueles que convertidos a Cristo estão submissos a Ele, são membros de um corpo e comungam a fé bíblica. Ora, se esses políticos não se enquadram nessas premissas, não são evangélicos e nem pertencem ao rebanho de Deus. A dedução é que o texto está satirizando a igreja, escarnecendo dela e não elogiando-a.

Oremos – A oração é nosso acesso à graça divina, nossa comunhão íntima com Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo. Ela deve ser séria, santa, cheia de devoção. É um ato de amor a Deus e ao próximo, quando a usamos para interceder pelos aflitos. O oremos citado pela articulista está relacionado a que? Aos quatro pré-candidatos ao governo paulista. Vamos orar para que os quatro sejam eleitos?  Bem, uma oração assim é algo maior do pedir o transportar de montes. É fé além da imaginação. Trata-se, portanto de uma crítica ferina e mordaz.

Linha direta – Com Deus? Unamos os destaques do texto: rebanho, oremos, linha direta. Um hermeneuta iria interpretar que o rebanho está reunido, em oração e em linha direta com Deus. O véu foi rasgado e agora todos os lavados pelo sangue de Cristo tem livre acesso ao Pai, em um Espírito. Essa é nossa linha direta. Os obstáculos do pecado foram vencidos, podemos chegar com confiança ao trono da Graça. Mas não é essa a conclusão da jornalista. A linha direta foi com a Dilma. E como este fato merece ser guardado na memória (Quero guardar na memória aquilo que me dá esperança), o horário foi registrado: dezenove horas e cinco minutos. Trata-se, novamente, de linguagem de escarnecedores.

Vamos agora para o texto da Folha de São Paulo – Aleluia, irmãos.

Ele fala da brincadeira que José Serra fez com Aloísio Nunes – “o pastor conseguiu converter o Aluisio”, daí o Aleluia, irmãos! Mas não para aí. Quando José Serra vai ler o Salmo 23, o pastor brinca com José Serra, “acho que foi você que foi convertido! ”, “Aleluia irmãos”. A conversão é para ser evangélico, ou para ser Cristão? é obra dos homens ou obra do Espírito Santo?

Os detalhes que sei sobre o evento são os que os jornais noticiaram, mas tudo leva a crer que se trata de um culto de ações de graças, pelo aniversário do pastor.

Poderia se argumentar favoravelmente usando o texto do banquete que Matheus fez depois de converso e chamou seus amigos publicanos e pecadores, pelo qual foi criticado pelos fariseus. Mas, no caso de Matheus, a finalidade era que os publicanos conhecessem Jesus e não promoção de ordem pessoal. E eles não foram chamados para falar, e sim para ouvir. Não foram chamados para subirem ao palco e repartir o púlpito com eles. Jesus é a autoridade, Ele é o Verbo Encarnado, é só a Ele que devemos ouvir.

No sermão do monte Jesus, ao tratar do pecado, não se preocupa tão somente com a ação pecaminosa, mas com a intenção. Questionamentos devem surgir em razão desses artigos que analisam um fato. Qual a intenção da igreja e do pastor ao convidarem esse “rebanho” de políticos para comemorar na igreja o aniversário do pastor? E a intenção dos políticos ao irem a esta reunião? A igreja, não somente o lugar físico, mas a Eclésia, a reunião dos santos, mesmo que seja para ação de graças por um aniversário, não deve ser para adoração AO ÚNICO QUE É DIGNO DE RECEBER A HONRA, A GLÓRIA E A ADORAÇÃO? No caso, para quem foi a glória? Para o pastor? Para os pré-candidatos ao governo de São Paulo? Para José Serra? Aloísio Nunes? Para Dilma?

Deixo as conclusões para você, leitor deste blog.

O Jornaleiro.

EIS O TEMPO DOS ASSASSINOS

Publicado em 19 de maio de 2014

Assassinos de HojeA frase não é minha, extrai de um artigo escrito pelo professor Roberto Romano, no jornal o Estado de São Paulo, que cita Rimbaud como seu autor.

Neste artigo comenta-se o linchamento de Fabiane Maria de Jesus, mãe de duas filhas, falsamente acusada de sequestrar crianças no Guarujá. O comentário, sobre este mesmo episódio, presente na primeira página do caderno denominado Aliás, também do Estadão, cita o filósofo Skavoj  Ziekek que diz: “Vemos explosões em todo o mundo, como se algo estivesse por emergir”. Já o sociólogo José de Souza Martins, abre outro artigo com o título “Seres sem rumo”.

Fabiane Maria de Jesus foi buscar uma Bíblia que emprestara a uma amiga. Logo depois, ao sair de um mercado, viu na rua um menino sozinho e lhe ofereceu uma fruta. A mãe do menino, com a mente dominada por boatos infundados sobre uma sequestradora que estava atuando no bairro, supôs que o livro preto que Fabiane carregava, a Bíblia, fosse livro de bruxaria e que Fabiane estava querendo raptar seu filho. A mãe começou a gritar. Logo se ajuntaram cem pessoas, várias mulheres e até crianças dispostas a fazer justiça com as próprias mãos. Fabiane acabou morrendo, espancada pela multidão que só não a queimou em razão da chegada de policiais.

Transcrevo aqui mais uma declaração importante do sociólogo José de Souza Martins: “Pode ser conjuntural, mas (os linchamentos) é indicação de que a sociedade está descontrolada. Expressão de falta de confiança nas instituições, medo e insegurança.”

Há de se perguntar: o que está acontecendo com nossa sociedade? Alguns articulistas dizem que a sociedade está nervosa. Em uma greve de motoristas no Rio, 467 ônibus foram queimados. Será que a Igreja não está percebendo o que está acontecendo?

Quando o povo perde seus valores e princípios, volta para a barbárie, e acaba nascendo um desprezo pela verdade, justiça, sinceridade, honestidade. Os meios de comunicação de massa apresentam diariamente novelas em que se ensina a mentir, ser infiel, levar vantagem sobre o semelhante. Há um incentivo ao consumo, e quem não pode consumir parte para a violência, o roubo, assassinato.

O evangelho é simplicidade, Cristo foi simples, mas a igreja prega prosperidade e a opulência. Quando igreja e mundo falam a mesma linguagem, o que podemos esperar? A pregação deve atingir os ricos, denunciando sua ganância desenfreada, os políticos, sua corrupção, os meios de comunicação, sua irresponsabilidade. A pregação deve atingir a própria Igreja, mostrando a diferença entre espiritualidade e religiosidade, entre a prática das verdades cristãs e a ortodoxia sem vida. “A fé sem as obras é morta”.

Ed René Kivtz, pastor da Igreja Batista de Água Branca, em artigo na revista Ultimato diz: “O evangelho de Jesus Cristo ensina que os ricos do reino de Deus são aqueles que se comprometem com os pobres do reino dos homens. ”. A valorização das pessoas pelo que elas têm e não pelo que elas são, não pelas suas virtudes, mas pelas suas posses, coloca o homem no centro do universo, destrona Deus, e gera o humanismo secular.

Cada cristão deve rever a sua “práxis” cristã, buscar os valores e princípios de Cristo e vivê-los intensamente. Somos sal e luz. Precisamos nos despojar da vaidade, dizer não ao consumismo, sermos simples em todas as áreas da nossa vida, “santos em toda maneira de viver”, não permitir que em nossas igrejas haja necessitados de remédios, estudos, teto e agasalho. Devemos também agir proativamente nas comunidades carentes trabalhando para sua transformação espiritual e social. Só assim seremos um contraponto neste tempo que Rimbaud chama de “tempo de assassinos”.

Quero lembrar que a frase é forte, mas não é minha. Ela está dentro do contexto de linchamentos, destruição de mais de 467 ônibus, informações irresponsáveis que levam o povo a loucura.

“Quem lincha incentivado por rumores pode aplaudir o massacre de milhões” – frase do professor Roberto Romano.

Dentro desta resenha de comentários jornalísticos que compõem esta reflexão há uma análise, feita pelo editorial do Estadão do dia 11 do corrente mês, que é muito preocupante:

“Gravíssimo é o fato de que eles (episódios de violência) estão se tornando banais, corriqueiros, cada vez mais descontrolados, revelando a cada dia com maior nitidez um cenário de convulsão social que ninguém sabe onde vai terminar.”

Desperta igreja. Se profetas não se levantam no meio evangélico, profetas se levantam lá fora, “Deus pode suscitar destas pedras filhos de Abraão” quando seu povo emudece e faz morrer o espírito de profecia. Além de assumirmos uma “práxis” genuinamente cristã, devemos, primordialmente, orar confessando os nossos pecados e os pecados da nossa nação.

Se homens que desconhecem a Palavra se enquadram dentro deste cenário, “neste rito morremos todos, aos poucos, violentamente, porque nele a sociedade se acaba para ser um aglomerado provisório de seres sem rumo.” – Prof. José de Souza Martins

“Se o meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.” II Crônicas 7.14.

“Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem : Poupa o teu povo, ó Senhor.” Joel 2.17.

“Porque é tempo de buscar ao Senhor até venha e chova justiça sobre nós”.  Oséias 10.12.

EIS O TEMPO DE BUSCAR AO SENHOR!

O Jornaleiro

SEXO SEM AMOR

Publicado em 9 de maio de 2014

Sexo sem amor            Nossa cultura confunde ato sexual, ou libidinoso, com amor. Telenovelas, revistas, romances, parecem transmitir a ideia de que beijo, abraço, carícias, íntimas ou não, e relação sexual de todo tipo e de todas as formas é AMOR ou fazem parte de sua química. Convém salientar que atos sexuais ou libidinosos NÃO SÃO AMOR. Há uma grande diferença, nada havendo em comum, entre eles. Enquanto um tem sua origem em um estimulo externo, no caso do homem, quando vê uma mulher atraente, por exemplo, ou em um estimulo interno, um apetite de natureza carnal ou biológica, o outro tem sua origem no espírito humano.

O amor não ocorre sem Deus. Ele é um dom, uma dádiva divina. O ser humano só o recebe quando vive em comunhão com o seu criador. O apóstolo Paulo em I Coríntios 13 descreve, de forma magistral, esse amor. Ele tudo sofre, tudo espera, tudo crê, tudo suporta. Não age injustamente, mas alegra-se com a justiça. Não se ufana, não se ensoberbece. Estas são algumas características desse amor.

Estamos argumentando que ato sexual ou libidinoso não é amor, mas ele não pode ser feito sem amor, porque desta forma ele se torna um pecado monstruoso uma vez que mata todos os sonhos e expectativas de um coração humano que, conscientemente ou não, tem sede de ser amado.

O ato sexual, ou carícias de ordem sexual, quando dominado pelo amor deixa de ser uma mera conjunção carnal para se tornar um ato revestido do espiritual. Sai da esfera do tempo, do material, e passa a ser um poema, uma pintura, um encontro perfeito de seres humanos integrados, porque se unem não só com corpo, mas também com a alma e com o espírito. É uma união desta natureza que torna homem e mulher um só corpo, revelando o plano de Deus para o ser humano: a unidade. Isso porque na santidade do amor as diferenças e as intolerâncias caem por terra.

A causa de tanta separação e polêmica quanto aos atos sexuais está na total ausência do amor na sociedade moderna. A verdadeira felicidade não consiste em sermos felizes, mas em fazer o outro feliz. Quando isto é observado dentro do casamento, a unidade se estabelece, dois passam a ser um em uma união indissolúvel, porque o “amor jamais acaba”. O amor de Cristo é usado por Paulo como referencial do nosso amor para com a amada: “vós maridos amai as vossas mulheres como Cristo amou a igreja”.

Uma mulher amada não é irritante, enfadonha, desagradável, grosseira ou inconveniente, porque o amado a constrói e também a desconstrói, em dinâmicas permanentes, quando seu amor sabe ensinar a amada amar, perdoar, se ajustar e se acomodar. Com o tempo o nome de Sara, esposa de Abraão, o patriarca, pai dos judeus, mudou de Sara para Sarai, que significa minha princesa. Sarai era a adorável princesa hebreia do fundador da raça judaica. Sarai, por sua vez, o chamava de Senhor. Ele era seu amo, o soberano do seu coração, uma posição que Abraão conquistou com o dom do amor. Toda carga de responsabilidade do casamento é lançada sobre o homem porque a ele cabe amar e seu amor irá fazer a amada render-se, qual escrava cativa, aos seus pés.

O prazer sexual só é plenamente alcançado quando o amor está presente no casamento. Por que o homem ao terminar a relação vira-se de imediato de lado e dorme imediatamente? Porque seu prazer foi fugas, não houve o amor. Quando há, o prazer perdura, não fenece. Por não sentir prazer devido à falta de amor, procura outra, e outra, em interminável busca, sem nunca encontrar, porque não buscou amar em sua plenitude. Não buscou a única fonte a jorrar, perpétua e cristalina, em perfeita oferenda para aquele que ousa crer: o Deus que é todo amor.

Se você busca milagres, busque o milagre de amar, se conhecimento, busque o mistério do amor, se sensações, busque as eternas sensações de um vero amor, se aventura, embarque nesta onda. De tudo que se vê, sente, ouve, aprende, apenas uma coisa, somente uma, é indispensável: saber conjugar o verbo amar só na primeira pessoa do singular – EU AMO.

O Jornaleiro.

DIGA NÃO A COPA !

Publicado em 29 de abril de 2014

            Diga não a Copa _ 28 04 2014O Ministro dos Esportes, Aldo Rabelo, ao se defender das críticas feitas à realização da Copa do Mundo no Brasil disse o seguinte:

“As organizações sindicais mais importantes apoiam, as Igrejas do Papa e as Igrejas Evangélicas apoiam. A única força relevante que mantêm acesa uma campanha contra a Copa é a imprensa”.

É muito triste ler isso. Mais triste ainda é saber que a frase é verdadeira, porque quem cala consente.

Bilhões estão sendo investidos em estádios. O mais caro deles tem um tempo de recuperação de investimento de 1000 (mil) anos, se isso for possível. Os poderes públicos, executivo e legislativo, estão comprometido com isto, e veem, consentem e apoiam o festival de gastos com estádios por todo Brasil.

Nos tempos dos profetas, o que diria Isaias, Jeremias, Oséias e Amós, que usaram seu dom para apregoar a verdadeira justiça? Os ídolos do esporte desfilarão pelos campos chamados de arenas diante de uma plateia festiva, com milhares de fogos, bandas. Será que estes são nossos ídolos, também?

“Você é um deles”, disse a criada apontando para Pedro. “Você estava com Cristo?”, perguntou-lhe. Infelizmente conosco será o contrário. Pedro foi reconhecido por ser de Cristo. Nós seremos um deles, reconhecidos como participantes de uma festa feita a custa de hospitais sem seringas e agulhas, de escolas mal equipadas, transporte deficiente, violência sem controle.

Agora estamos juntos, mais juntos do que nunca, as igrejas do Papa e as igrejas evangélicas, apoiando o que? Uma iniquidade. Sim, porque é iníquo esbanjar o que não é seu, não lhe pertence, é do povo, e o fazer com o cinismo de dizer que é para o povo e que o povo gosta. Será que nós gostamos?

Arena era o espaço oferecido por Roma aos seus súditos, oferecendo-lhes pão e circo para não pensarem, não verem o fim de uma civilização que amava os prazeres e neles se deleitava. Arena é o lugar onde o mundo se reunirá para aplaudir homens com habilidade nos pés, lançando na vala comum professores mal remunerados, policiais mal equipados, os que militam na área da saúde clamando por mais investimentos.

Podemos gostar de esportes, praticá-los, torcer por alguma equipe em determinada modalidade esportiva, mas não torcer por um time de milhões de dólares, jogando em estádios que consumirão bilhões e bilhões de reais, à custa da miséria e da pobreza do nosso povo. Argumentar que todo esse gasto é investimento de particulares ou que ele irá retornar em beneficio para população é ridicularizar a nossa inteligência.

“As igrejas do papa e as igrejas evangélicas” unidas, creio que mulçumanos também, espíritas, todos juntos nos templos do futebol, dando vivas aos novos ídolos dignos da adoração e do louvor de uma geração que vai se preparando para ver a união do estado com a religião. Ver a união de todos os povos em torno de uma liderança única: a do Anti Cristo.

Estarei postando neste “blog” outras considerações a respeito. O que pretendo é conscientizar. Somos cristãos mas não alienados. Vivemos no mundo, mas não pertencemos a ele. Somos todos profetas e temos o dever de combater a iniquidade e não só dar glória a Deus e aleluia. A bandeira que ora propomos é NÃO ASSISTA AOS JOGOS DA COPA, não participe desta iniquidade.

Dizem que os evangélicos representam 30% (trinta por cento) da população do Brasil. Se todos resolverem cultuar a Deus, orar, ler, trabalhar, algo nobre e edificante, sem ligar a TV durante os jogos, o mundo pode não notar, mas alguém muito especial se importará. Sei que é uma utopia esperar que todos tomem esta posição, mas mesmo assim seremos uma voz. Minha esperança é que muitos se sensibilizem e digam NÃO A COPA, não assistindo as transmissões dos jogos pela TV e dizendo por que não assistiram. Se não assistirmos e falarmos que não nos interessamos por algo que é prejudicial ao povo brasileiro, será um forte testemunho cristão. Será ser sal e ser luz.

Uma conscientização desta natureza não é violência, a ninguém agride, mas silenciosamente diz NÃO. Sem palavras, enfrenta a onda de corrupção que coroe esta nação, cegando até mesmo o povo evangélico, tornando-o participante desta festa idólatra. Todos somos profetas. Todos nós temos recebido poder do Espírito para testemunhar. Como profeta, DIGA NÃO A COPA.

O Jornaleiro.

QUANDO O TEMPO PAROU

Publicado em 21 de abril de 2014

Quando o tempo parouFoi ontem

Que sentando em um banco do jardim,

A mão da amada segurava.

Depois, em minutos,

Casava

E me deslumbrava.

Num piscar de olhos meus filhos cresceram,

Casaram,

Vieram os netos,

Os dentinhos da Sara estão nascendo e

Meus pais se foram,

Colegas,

amigos,

irmãos.

Penso no Egito das grandes pirâmides,

Ouço silvar os chicotes obrigando escravos a trabalhar

Sem parar,

A roda do tempo a girar, girar, louca, doidamente.

As pirâmides que se levantaram tão rapidamente agora jazem

Presas às correntes do tempo.

Em marcha triunfal os exércitos de César se expandem pelo mundo,

É a PAX ROMANA.

De repende os bárbaros,

As cruzadas,

Idade das trevas,

Grandes Estados emergem

E brigam,

Guerra dos cem anos.

Por causa de um assassinato,

Primeira Guerra mundial,

Por busca de poder – Segunda Guerra.

Pós Modernismo, relativismo, pluralismo,

Queda dos Absolutos.

E o tempo voraz continua sua corrida insana pelos séculos a fora.

No meu imaginário já me vejo na glória,

Sou levado a ver grandes canteiros de flores,

No menor, o meu nome.

Tão pequenino, mal dá pra ver,

Mas flores lindas em todos os lugares,

No meu pedacinho também.

Ajoelho-me para sentir os seu perfume,

Seu cheiro me faz ver meu passado distante.

Estou de joelhos,

As flores me perguntando – quem somos nós?

Elas mesmas respondendo,

Somos suas orações.

Tudo passou,

Mas meus momentos de joelhos não.

Deus os guardou,

Das orações Ele faz flores,

Joias raras,

Que ora enfeitam sua terna fronte,

Ora encantam seu jardim.

Por que Senhor,

Por quê?

Aos Teus pés não fiquei do meu nascer ao meu morrer,

Vigílias de orações perdidas,

Clamores que não fiz,

Tão poucas flores, Senhor,

Mas o mesmo amor que envolve as imensas planícies de oração,

Também regam meu pequeno jardim,

Jardim que marca as horas, minutos que o tempo parou.

 

O Jornaleiro.