DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO

3 de outubro de 2014 / 0 Comentários

Divórcio e Novo CasamentoVamos considerar o assunto do ponto de vista bíblico. A Bíblia diz que Deus odeia o divórcio. Jesus, por sua vez, nos ensina que “o que Deus uniu não o separe o homem”.

Fica claro, portanto, que o cristão deve buscar atingir esse alvo que a Bíblia traça para ele.

Note que pecar é errar o alvo. Pecamos quando não atingimos o traçado que Deus estabeleceu para nós. Quando divorciamos, por não atingirmos o alvo proposto por Deus, pecamos.

Vejo que ao condenar o divórcio, Jesus estava protegendo a mulher. Quem perguntou a ele sobre o divórcio não foram as mulheres e sim os homens.

Nos tempos antigos, como nos atuais, os homens deixavam suas mulheres por motivos banais.

Dentro desta visão é que devemos nos atualizar quanto ao divórcio. Ele não pode ser banalizado. Uma separação deve levar em conta o que vai acontecer com a mulher e com as crianças, principalmente elas.

Para que atinjamos o alvo de Deus, precisamos saber escolher com quem casar, examinar nossos sentimentos e intenções, calcular os riscos e nos propormos a não quebrar os vínculos conjugais.

Muita atenção na escolha inicial porque devemos nos lembrar que não podemos errar o alvo e o alvo é “uma vez casados, casados para sempre”.

Mas o que fazer com pessoas que por motivos diversos acabaram se separando? Qual deve ser a atitude da igreja em relação a elas?

Evidentemente não com juízos temerários, condenações impiedosas e discriminações; mas com misericórdia e com amor.

Precisamos primeiramente mostrar para as pessoas divorciadas que elas erraram o alvo e, na dependência do Espírito Santo, mostrar-lhes o caminho do arrependimento.

Há pessoas que se divorciam e acham que não ofenderam os céus, que não deixaram pessoas machucadas, não provocaram trauma nos filhos e nos demais familiares. É preciso portanto mostrar-lhes o que a Bíblia diz a respeito.

Feito isto, precisamos considerar qual parte foi injustiçada na separação.

Precisamos examinar o fato concreto, cada caso em especial à luz da Bíblia.

Se há uma parte injustiçada, e isto fica claramente comprovado pelo testemunho da pessoa, a igreja deve orientá-la quanto ao risco de um segundo casamento, ensinar-lhe o caminho da cura, e prepará-la para um enfrentamento da situação que ela está vivenciando.

Se a pessoa que foi injustiçada aceitar as orientações da igreja quanto ao assunto, ter aguardado tempo suficiente para amadurecer para ter um segundo relacionamento; se ela for sábia, não prejudicar os filhos, unir-se a uma pessoa temente a Deus, de bom testemunho cristão, a igreja não pode negar-lhe a benção sobre sua decisão.

A regra é: “não” ao segundo casamento, e “misericórdia” se ocorrer um segundo casamento.

Há pouco tempo afirmei que não andaria com pessoas que aceitassem o divórcio, mas, explicando o dito, quis dizer que não andaria com pessoas que não aceitassem que a lei áurea da Bíblia, quanto à separação, é não ao divórcio.

Mas quanto àqueles que foram feridos por uma separação, que foi inevitável, uma vez sendo ela injustiçada, abandonada sem motivo, ela deve ser acolhida, amada, curada, e permitida uma nova união, mas advertida de que um novo casamento acabaria por quebrar a comunhão com a igreja.

Combate-se então a irresponsabilidade no trato do casamento, a falta de seriedade, a desobediência à Palavra de Deus.

Em razão de a Bíblia condenar o divórcio, muitos irmãos atingidos por ele sentem-se discriminados quando o assunto é abordado. Não há razão para se sentirem assim, principalmente, se não foram responsáveis pela separação. Para eles apontamos a chamada exceção paulina que está em I Coríntios capítulo 7 vs. 12 e 14 :

“… e a mulher que tem marido incrédulo e este consente em viver com ela, não deixe o marido”

            “mas se o descrente quiser apartar-se que se aparte, em tais casos não fica sujeito a servidão, nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado para a paz.”

Observe o que o texto diz “livre da servidão”, isto é, livre dos laços conjugais. A palavra de Deus em Gálatas (em outro contexto, mas aplicável também a estes casos), diz: “permanecei livre na liberdade com que Cristo vos libertou e não torneis ao julgo da servidão”.

Se irmãos e irmãs libertos continuam traumatizados com seu passado, a solução ir à Cristo: “Vinde a mim, voz que estais cansados e oprimidos”.

Pela fé, é necessário libertarem-se da culpa. Uma vez que já foram chamados para a paz, foram santificados e estão assentados com Cristo nas regiões celestiais.

E se a parte que se aproxima da igreja for a errada, deve-se ter mais rigor no trato do ocorrido. A igreja deve agir da mesma forma que agiu com a parte injustiçada. Mas um novo casamento só deve ser aceito se fosse comprovada uma mudança radical, um arrependimento profundo, um recebimento de perdão da parte ofendida.

Essas são as diretrizes que seguimos: firmeza em considerar o divórcio pecado, e compaixão com os divorciados, dando a cada caso uma direção, no amor e na sabedoria que Deus nos der.

Não podemos ser liberais sobre o assunto, mas firmar posição, porque temos uma responsabilidade com as gerações futuras que naufragarão na fé se não verem na igreja uma posição consistente e fundamentada nas Sagradas Escrituras.

Não podemos andar compartilhando decisões com pessoas que tratam levianamente tão importante tema.

O Jornaleiro

( 03/10/2014 )

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