ESTUPRO COLETIVO
8 de junho de 2016 / 1 ComentárioO crime ocorreu em um morro do Rio de Janeiro, vitimando uma adolescente de dezesseis anos. Depois de um baile funk em que a menor se drogou, ela praticou sexo consentido e, após ser deixada desacordada pelos seus acompanhantes, foi violentada em dois momentos diferentes enquanto estava indefesa e desacordada, segundo relato policial.
Não resta dúvida que, uma vez devidamente comprovada, a ação ocorrida é covarde, criminosa, e deve receber toda repulsa da sociedade e ser punida com todo rigor da lei.
O cenário é uma favela em um morro do Rio de Janeiro, um baile funk em uma casa chamada Abatedouro. A personagem, sua situação, e alguns aspectos da sua personalidade ainda não formada podem ser vislumbrados através desta reportagem do jornal Estado de São Paulo [1]:
“O domínio sobre os pais é total: ela os agredia fisicamente…
A mãe tem problemas psiquiátricos; o pai é idoso e tem saúde frágil (teve um AVC que prejudica sua mobilidade)…
Os parentes acompanhavam a rebeldia da menina que saía sozinha desde os 11 anos, frequentava bailes funk, em favelas sem autorização…
Engravidou-se aos 13 anos…
Ela já havia sido atendida, quando criança, no centro de Atendimento Psicossocial da Taquara, zona oeste do Rio.”
Este quadro triste pode ser visto no rosto de muitas crianças do nosso Brasil. Uma família desestruturada provoca tragédias sociais em cascata. Temos o privilégio de conviver com Pastor João Lunardelli, da nossa equipe pastoral, que à frente de uma equipe aguerrida trabalha anonimamente no RASC, com menores rejeitados pelos pais e pela sociedade. Uma luta que parece inglória, mas certamente não para o amaroso coração do Pai.
A participação da Igreja na tragédia social é pífia. A sociedade, por sua vez, se mobiliza quando vem à tona um crime deste naipe, esquecendo-se de que ela faz parte, que também é a mão criminosa na medida que se farta de bens, luxos, futilidades, egoísmos e se esquece de repartir e agir pró-ativamente.
O mal dorme à porta de cada casa, à espera do seu despertar, porque o clima propício para a sua manifestação é criado pelo próprio coração do homem alheio a Deus e à sua Palavra.
Não adianta chorar depois do leite derramado. Todos precisam se despertar: a sociedade em geral e, principalmente, a Igreja.
O mundo não precisa de “glória e aleluia”, show de adoração, “caçadores de Deus”, promotores de prosperidade e de milagres, mas de sal e de luz: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo”.
A vida deve falar mais do que palavras. A Igreja precisa acordar para não viver um evangelho falso, hipócrita, que será vomitado por Deus; para viver um evangelho de humildade, de serviço, amor abnegado, com uma dogmática vivificada pelo Espírito Santo.
Estas são reflexões que devem emergir de um estupro coletivo, ainda sob investigação, que causou imensa comoção social.
O Jornaleiro
[1] http://brasil.estadao.com.br/noticias/rio-de-janeiro,aos-14-vitima-de-estupro-coletivo-foi-apreendida-por-postar-fotos-com-armas,10000054847
1 comentário
Verdade Pastor A falta de estrutura familiar tem causado tantas desgraças. Me sinto falha como Igreja.