EXPERIMENTO DE RISCO

12 de maio de 2016 / 0 Comentários

experimento de risco - O JornaleiroTítulo da reportagem publicada pela Veja de 30 de março de 2016, sobre aviões experimentais, de construção amadora com preços baixos, cujos kits são oferecidos por 40.000 dólares, cerca de 145.000,00 reais.

“Por esta razão estes aviões ganham cada vez mais os ares: segundo a ANAC, há 5.158 deles no país, quase um quarto da frota particular.”

No dia 19 de março um avião desse tipo mergulhou sobre uma casa em São Paulo, vitimando Roger Agnelli, ex-presidente da Mineradora Vale.

Vemos com tristeza aeronaves eclesiásticas construídas de forma amadora se espatifando no ar. São igrejas dirigidas por pastores amadores, sem o preparo doutrinário e teológico adequado, com a mente cheia de ideias mirabolantes, sonhando com grandes templos.

Por um tempo conseguem sucesso, mas logo seus sonhos sãos frustrados porque sarar almas é uma arte para poucos.

Não há tarefa mais elevada e digna de honra que o ministério pastoral. Mas ele requer muito tempo de preparo e oração, muito estudo, muita oração e abnegação. É um trabalho intelectual e espiritual; ao mesmo tempo prático e teórico.

Todos os anos, é triste ver um contingente cada vez maior de pastores neófitos, sem a mínima condição de sarar almas, estruturar pensamentos, formar conceitos e valores, e conduzir vidas sob a direção do Espírito Santo de Deus.

Quem se entrega aos cuidados de pastores amadores está fazendo um experimento de risco. Roger Agnelli poderia ter pesquisado e investido um pouco mais, adquirindo uma mercadoria de melhor qualidade e poderia estar vivo até hoje. Mas resolveu adquirir um experimento de risco.

Quantos que sem se preocupar com a qualidade, experiência, segurança dos pastores aos quais se colocam sob autoridade, mergulham no vazio destruindo a si e aos outros?

Igrejas com pastores que não se preocupam com a formação de crianças e jovens não praticam um discipulado sério, nem um aconselhamento de confronto pessoal e de púlpito.

O povo recebe pílulas tranquilizantes, e não antibióticos apropriados às infecções. Estas pílulas tranquilizantes aliviam os sintomas e não atacam as causas.

As igrejas por sua vez não se preocupam em preparar os artesãos da fé para que saibam costurar os meandros da alma com a delicadeza de um pintor, escultor, poeta ou mestre.

Muitos aviões continuarão a cair enquanto construídos de forma amadora, constituindo-se em um experimento de risco.

Uma alternativa para a crise seria que líderes procurassem tanto pastores novos como velhos, anciões com histórico de vida e fidelidade a Cristo, membros da nossa comunidade, para com eles aprendermos. É necessário pedir sempre o “feedback” sincero e honesto, correr das lisonjas, repaginar e repaginar sempre, costurando nossas almas para tecer as das nossas ovelhas com graça, delicadeza e ternura de um artista.

O JORNALEIRO

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