LAURA É MORTA

1 de julho de 2015 / 0 Comentários

Laura é mortaCom o sugestivo título: “O inferno da bela que o mundo esqueceu”, o articulista Luiz Carlos Merten, do jornal O Estado de São Paulo, em 23 de junho, fala sobre a morte recente, dia 22 de junho, de Laura Antonelli, mito erótico, “considerada uma das mais belas e sexies mulheres do mundo dos anos 70. ”

Foi professora até ser descoberta ao participar como modelo para anúncios da Coca Cola.

Não demorou muito para ingressar na carreira artística, atuando em filmes como O Inocente, de Luchino Visconti, Esposamente, de Marco, outros como Malícia, Minha mulher é um violonsexo. (Fonte: Estadão dia 24/06/2015)

Era bela, mas queria mais. Passou por várias cirurgias plásticas que produziram efeito contrário ao que ela esperava. Drogou-se. Foi presa em 1991, aos 50 anos, por ter em sua posse 36 gramas de cocaína.

Com a vida destruída Laura mandou um recado ao mundo – “Esqueçam-me”.

O título escolhido pelo articulista diz tudo: “O inferno da bela que o mundo esqueceu”.

Fico pensando, o que seria da vida de Laura se ela seguisse a carreira do magistério.

No Brasil de hoje, os mestres são desvalorizados. Mas ainda assim, nessas circunstâncias é melhor do que ver sua vida tornar-se um inferno. As nossas escolhas no presente desenham o nosso futuro. As escolhas que Laura fez na sua juventude determinou a trajetória da sua vida e abriu o abismo da sua sepultura.

Gosto de como Davi fala no Salmo 131:

“Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar, não ando à procura de grandes coisas nem de coisas maravilhosas demais para mim”.

Sempre fiz deste hino minha meta:

“Eu quero encontrar um obscuro lugar na seara do meu bom Senhor, enquanto for vivo sim vou trabalhar em prova do seu grande amor”.

O tema deste hino é: “Eu quero fazer o que queres, Senhor”.

Há coisas que são óbvias em nossas vidas. Não precisamos da voz, de um profeta, psicólogo, pastor ou guru.

Era óbvio que a obscuridade era melhor para Laura do que o brilho dos holofotes.

Mas em busca do que estamos?

De aceitação, reconhecimento, aplausos, paparicações? Nosso Mestre nasceu em uma aldeia, em Belém, morou em uma cidade pobre, Nazaré, o que levou Natanael a exclamar quando ouviu falar de Jesus – “Viria alguma coisa boa de Nazaré? ”.

Creio na transcendência, porque Deus é transcendente. Ele nos levanta do pó e nos dá um espírito, arranca-nos de um corpo mortal e nos dá um corpo glorificado, nos tira da região da sombra da morte e nos eleva às regiões celestiais.

Muitos estão vivendo esta fase de escolhas e decisões. “Multidões e multidões no vale da decisão”.

Devemos ter cuidado com a sedução do sucesso, poder, fama, dinheiro, sexo, aceitação e reconhecimento terreno.

Laura é morta. No lugar da fama, glória e reconhecimento – o inferno em vida. Jaz agora na vala comum do esquecimento.

Neste tempo de escolhas, oportunidades, perplexidades, decisões, saiba que sua escolha definirá o seu futuro. Pense em Laura, no que ela podia ser e no que ela se tornou.

“A Donna belíssima se tornou uma aberração”. “Para fugir do seu próprio rosto no espelho começou a se drogar”. “A bela virou fera na suíte de experiências com o seu próprio corpo”. (Fonte: Estadão, dia 24/06/2015)

Suas insatisfações com tudo e com todos – marido, filho, status, igreja – poderão deformar não só o corpo, mas a alma.

Em um dos versos de Fernando Pessoa, ele diz: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”.

A alma não é pequena quando ela se acomoda ao plano soberano de Deus, à missão que Deus lhe deu: de ser a mão do Pai estendida para o próximo, uma pequena vela dançando na escuridão, um som, uma palavra, uma voz, que marca no outro a presença divina, o toque criativo e transformador de Deus que nos leva a transcender do pó para a glória. Por isso, pequenina ação ou atitude nossa pode deixar marcas da passagem de Deus pela história da vida humana.

A nossa história, dependendo das nossas escolhas, será como a de Abel, que mesmo morto ainda fala; ou como a de Caim, fugitivo, carregando uma maldição sobre seus ombros.

Defina hoje, o que você será amanhã.

O Jornaleiro.

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