Meu amigo Nilson Carielo

26 de fevereiro de 2014 / 4 Comentários

Nilson CarieloMeu amigo está doente. Minha ovelha na igreja, mas meu amigo no coração. Ele não pode ler o que estou escrevendo, mas quem sabe, por esses milagres absurdos que só Deus pode realizar, essas palavras não estão entrando em seu coração agora.

Está na UTI, respirando por aparelhos. Não aguentava ver meu pai nesta situação, não suporto pensar nele vivendo esse momento, dói-me a alma.

Não é de hoje que ando com seu Nilson. Ele gostava de brincar “agora eu estou aposentado”. Nunca o vi triste. Só ficava bravo, de vez em quando, com as injustiças do governo.

Estou orando todo dia, várias vezes no dia, por ele. Não posso me ajoelhar sem lembrar-me dele.

Foi meu padrinho de casamento. Uma honra para mim, tanto que uma emoção forte me domina quando falo disso. Não foi pelo presente, que foi um presentão, mas pela presença dele.

Vi seus filhos crescerem. O Marcos e a Marcia. Com o Marcos joguei bola e rodei pião no terreno da casa do seu José.

Não havia muros naquele tempo. Tábuas de balaustre separavam uma casa da outra, e do terreno da casa do seu José se avistava Nilson e Delfina.

Ele chamava naquele tempo a Dona Delfina de minha deusa, e creio que ela foi sempre para ele uma mulher especial.

Os filhos talvez possam reclamar, eles sempre reclamam, mas Dona Delfina não tem do quê.

Seu Nilson depois de aposentado sempre trabalhou, no cinema, na feira, e fazia bicos durante o carnaval.

Um homem assim não se acha em qualquer lugar, honesto, trabalhador, bom marido, bom pai, bom amigo.

Quer exemplo de amigo e vizinho – Nilson Carielo.

Ferroviário como meu pai, meu sogro, o Gildo, sim o Gildo, quando encontro com ele, gosto de bater um papo, e como ele fala bem dessa dupla, José e Nilson.

Desciam juntos, ladeira a baixo. Lembro da voz do seu Nilson, chamando-o logo de manhã para o serviço “Vamos seu José,tá na hora”.

Quem sabe agora não é seu José chamando “Vamos seu Nilson, tá na hora”.

De todas as pessoas que visitei com pastor Davi, em dezembro passado, seu Nilson foi o que se mostrou mais otimista em relação a morte.

Alegre como sempre, conversamos sobre o assunto, e ele se mostrou receptivo, preparado para a grande travessia.

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo”.

Mas não quero que seu Nilson se vá ainda, por isso peço que todos os que estão lendo o meu blog, orem por ele, para que ele vença mais etapa da sua vida, mas se o imprevisível acontecer, orem para que vá descendo a ladeira que vai para as oficinas da Noroeste.

A ladeira que vai para seu norte fanal, conversando animadamente, contando coisas que nos fazem rir, não importa o que aconteça com ele, se for ou ficar, ele sempre é meu amigo Nilson, com tiradas inteligentes que nos alegram, ele é, sempre será uma inspiração para sermos operosos, honestos, bons amigos, bons vizinhos, chamando nossas esposas de nossa deusa.

Nilson espere um pouco mais para me dizer – “agora eu estou aposentado”.

O Jornaleiro

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4 comentários

  1. Maria Angela Ruiz Stefanon disse:

    Pr Edson, me emocionei com suas palavras. Realmente o Seu Nilson é tudo isso que o senhor descreveu. Um homem admirado por todos que o conhecem. Espero em Deus que ele demore muito pra se aposentar. Abs… Angela.

  2. Lidia Neris ribeiro Martins disse:

    Homenagear um amigo não tem preço.Então: “Que a estrada se abra à sua frente. Que o vento sopre levemente às suas costas, que o sol brilhe morno e suave em sua face, que a chuva caia de mansinho em seus campos… Que a colheita te recompense, Que o tempo te pareça breve, e, até que nos encontremos de novo, que Deus lhe guarde na palma de Suas mãos.”

  3. Daniel Ribeiro disse:

    Que Deus na sua infinita misericórdia supra em tudo este amável irmão na fé, NILSON CARIELO. Deus é fiel. Ao Pr. Edson, um gde abraço.