PRÓLOGO DO EVANGELHO DE JOÃO, POR UM ATEU

3 de setembro de 2015 / 0 Comentários

por um ateuNo princípio era o Nada, e o Nada estava no Nada e o Nada era Nada. O Nada estava no princípio com o Nada. Todas as coisas foram feitas por intermédio do Nada e sem ele nada que foi feito se fez.

No NADA estava, e a vida e o nada eram a luz dos homens.

Houve um homem enviado pelo Nada cujo nome era CÉTICO.

Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de que todos viessem a crer no Nada por intermédio dele.

Ele não era o Nada, mas veio para testemunhar do Nada.

Veio para que todos cressem nele, mas muitos não creram, aos que creram deu-lhes poder de serem filhos do Nada, os quais não nasceram da vontade da carne, nem do homem, mas da vontade do Nada.

Por incrível que pareça, esta é a versão da ciência sobre a criação do mundo. Nenhuma inteligência por traz de tudo que está aí diante dos nossos olhos.

O céu cheio de estrelas, constelações, planetas, galáxias, buracos negros… A terra com suas plantas, flores, árvores, relvas, manhãs, tardes, noites, primavera, verão, outono, inverno, aurora boreal, nuvens, chuva, vento, tudo veio do Nada.

Pássaros, leopardos, javalis, ursos, pinguins, baleias, cervos, nascentes, regatos, fontes, tudo feito pelo Nada.

Do Nada, dizem os sábios deste mundo, surgiu um ponto, um pontinho bem pequenino, menor que uma bola de gude. Dentro deste ponto iniciou-se uma grande explosão – surge o universo.

Tudo aleatório, sem nenhuma inteligência a guiar, ordenar, ou dirigir.

O ateu diz que não tem Deus, mas ele tem sim, é o NADA.

Do Nada nasceu o evangelho do niilismo (do latim nihil: nada). O niilismo representa a desvalorização e a morte do sentido, a ausência de finalidade e de resposta ao “porquê” (Fonte: Wikipedia). Seu primeiro pregador foi Ivan Turguniev, escritor russo, com sua obra “Pais e Filhos”. Depois, Dostoivski, cujo papel foi somente usar o termo para designar o homem negador de valores. Mas quem elaborou sua doutrina foi Nitzsche, que declara que o homem chega ao niilismo quando ele se encontra com a falsidade dos ensinos cristãos.

Surge na mente uma desconfiança total de tudo que o cerca, tudo perde o sentido, o homem percebe que vive para o nada.

Existe uma ciência do Nada, uma religião do Nada, uma filosofia, um evangelho.

Essas ideias se transformam em espíritos que se apoderam das mentes humanas.

O niilismo prega a desvalorização e a morte do sentido, e a ausência de finalidade. Enfatiza, portanto, ser as crenças, as verdades e os valores tradicionais sem fundamento, sentido e utilidade. É a ausência absoluta da fé ou da crença. A oposição radical aos preceitos legais e as instituições formais.

Creio que muitos nos nossos leitores já viram esse filme em muitas mentes juvenis.

Esse conceito pós-moderno, mas que nada tem de moderno, acaba trazendo sérias consequências para a nossa juventude, levando-as a questionarem qualquer tipo de autoridade, seja ela paternal, religiosa ou outra qualquer.

O Nada acaba se constituindo na única explicação para a criação do mundo, única tábua de salvação, único caminho, verdade e vida.

Se adeptos desta teoria, consciente ou inconscientemente (já que alguns são assim por se deixarem iludir pelo espírito do erro), ainda estão de pé, isto se deve à misericórdia divina.

Até quando resistirão? Não sabemos.

O mundo sem Deus considera um absurdo acreditar na Bíblia, em Deus, na cruz, mas não o considera em relação ao niilismo e a teoria “científica” do Nada.

É preciso ter ousadia para crer. É preciso ter coragem para ter fé. É preciso usar a lógica, o raciocínio, o bom senso para acreditar em Deus. A própria inteligência nos levará a ver uma mente inteligente dirigindo a história e o curso do planeta terra.

Não é com os valores dos nossos pais e da igreja que nós devemos romper, mas com as ideias que nós pensamos serem novas e, no entanto, são enlatados trazidos a nós por homens que foram dominados pelo vazio e pelo nada.

“No princípio a terra era sem forma e vazia e o Espírito de Deus se movia sobre a face do abismo”.

Deixemos o paraíso voltar, as flores surgirem na terra, a voz dos pássaros novamente soar. Deixe o Espírito pairar sobre seu vazio, seu nada e, a partir da insignificância do pó, criar em você um novo homem com uma vocação celestial.

O Jornaleiro.

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