SEXO SEM AMOR
9 de maio de 2014 / 0 ComentáriosNossa cultura confunde ato sexual, ou libidinoso, com amor. Telenovelas, revistas, romances, parecem transmitir a ideia de que beijo, abraço, carícias, íntimas ou não, e relação sexual de todo tipo e de todas as formas é AMOR ou fazem parte de sua química. Convém salientar que atos sexuais ou libidinosos NÃO SÃO AMOR. Há uma grande diferença, nada havendo em comum, entre eles. Enquanto um tem sua origem em um estimulo externo, no caso do homem, quando vê uma mulher atraente, por exemplo, ou em um estimulo interno, um apetite de natureza carnal ou biológica, o outro tem sua origem no espírito humano.
O amor não ocorre sem Deus. Ele é um dom, uma dádiva divina. O ser humano só o recebe quando vive em comunhão com o seu criador. O apóstolo Paulo em I Coríntios 13 descreve, de forma magistral, esse amor. Ele tudo sofre, tudo espera, tudo crê, tudo suporta. Não age injustamente, mas alegra-se com a justiça. Não se ufana, não se ensoberbece. Estas são algumas características desse amor.
Estamos argumentando que ato sexual ou libidinoso não é amor, mas ele não pode ser feito sem amor, porque desta forma ele se torna um pecado monstruoso uma vez que mata todos os sonhos e expectativas de um coração humano que, conscientemente ou não, tem sede de ser amado.
O ato sexual, ou carícias de ordem sexual, quando dominado pelo amor deixa de ser uma mera conjunção carnal para se tornar um ato revestido do espiritual. Sai da esfera do tempo, do material, e passa a ser um poema, uma pintura, um encontro perfeito de seres humanos integrados, porque se unem não só com corpo, mas também com a alma e com o espírito. É uma união desta natureza que torna homem e mulher um só corpo, revelando o plano de Deus para o ser humano: a unidade. Isso porque na santidade do amor as diferenças e as intolerâncias caem por terra.
A causa de tanta separação e polêmica quanto aos atos sexuais está na total ausência do amor na sociedade moderna. A verdadeira felicidade não consiste em sermos felizes, mas em fazer o outro feliz. Quando isto é observado dentro do casamento, a unidade se estabelece, dois passam a ser um em uma união indissolúvel, porque o “amor jamais acaba”. O amor de Cristo é usado por Paulo como referencial do nosso amor para com a amada: “vós maridos amai as vossas mulheres como Cristo amou a igreja”.
Uma mulher amada não é irritante, enfadonha, desagradável, grosseira ou inconveniente, porque o amado a constrói e também a desconstrói, em dinâmicas permanentes, quando seu amor sabe ensinar a amada amar, perdoar, se ajustar e se acomodar. Com o tempo o nome de Sara, esposa de Abraão, o patriarca, pai dos judeus, mudou de Sara para Sarai, que significa minha princesa. Sarai era a adorável princesa hebreia do fundador da raça judaica. Sarai, por sua vez, o chamava de Senhor. Ele era seu amo, o soberano do seu coração, uma posição que Abraão conquistou com o dom do amor. Toda carga de responsabilidade do casamento é lançada sobre o homem porque a ele cabe amar e seu amor irá fazer a amada render-se, qual escrava cativa, aos seus pés.
O prazer sexual só é plenamente alcançado quando o amor está presente no casamento. Por que o homem ao terminar a relação vira-se de imediato de lado e dorme imediatamente? Porque seu prazer foi fugas, não houve o amor. Quando há, o prazer perdura, não fenece. Por não sentir prazer devido à falta de amor, procura outra, e outra, em interminável busca, sem nunca encontrar, porque não buscou amar em sua plenitude. Não buscou a única fonte a jorrar, perpétua e cristalina, em perfeita oferenda para aquele que ousa crer: o Deus que é todo amor.
Se você busca milagres, busque o milagre de amar, se conhecimento, busque o mistério do amor, se sensações, busque as eternas sensações de um vero amor, se aventura, embarque nesta onda. De tudo que se vê, sente, ouve, aprende, apenas uma coisa, somente uma, é indispensável: saber conjugar o verbo amar só na primeira pessoa do singular – EU AMO.
O Jornaleiro.
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