EM ESPÍRITO E EM VERDADE

Publicado em 30 de maio de 2023

Assim deve ser a nossa adoração conforme nos ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas será que sabemos o significado dessas palavras. Será que adoramos a Deus corretamente?

Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus. Creio que este é o primeiro passo na nossa adoração. O momento do culto evangélico que mais se aproxima disso é o da pregação da palavra. Não há movimento, a quietude invade o ambiente e todos estão ligados na Palavra.

O espírito não é o corpo, é o seu interior. O corpo se move e se agita, o espírito não. Ele ama a quietude porque foi justamente feito para se comunicar com Deus. Ele é o veículo que nos leva, através do nosso Mediador Jesus Cristo, à presença de Deus.

Ele é também a morada do Espírito Santo, já que Espírito Santo, é Espírito e vai se relacionar com o nosso espírito e não com o nosso corpo ou alma. Ele, nosso espírito, cheio do Espírito Santo deveria ser a força motriz a dirigir todo nosso ser.

Acontece que nós o ignoramos, justamente porque não aprendemos a ficar silentes na presença do Todo Poderoso. O momento da pregação é singular porque ficamos quietos, é o único momento nas nossas vidas em que paramos para ouvir Deus falar conosco através da palavra.

Entretanto, deveríamos fazer isto constantemente, não só no culto, ao ouvir a palavra. Aquietar-se na presença de Deus é um momento de fé porque nos traz a certeza de Deus nos falará no silêncio profundo dos nossos corações.

Se ouvirmos o aquietai-vos iremos aprender a adorar a Deus em Espírito, logo palavras inspirativas, insights divinos, meditações profundas irão surgir em nossas mentes nos enchendo de profundas riquezas.

A adoração em espírito não é provocada por nenhum estimulo a não ser a voz do Espírito Santo soando no profundo do nosso ser. Não vem de nenhum som ou movimento externo, mas vem do Espírito Santo que habita as profundezas de Deus e nos leva a essas profundezas.

O espaço é pequeno para avançar, mas desafio você a provar essa realidade transcendente. Porque transcendente? Porque ultrapassa a alma e o corpo, vem da divisão entre a alma e o espírito, transcende tempo e espaço porque o Eterno se apodera de nós.

É como voltar ao princípio, quando o Espírito se movia sobre a face do abismo trazendo novamente pelo poder da palavra uma criação divina, trazendo ordem a um mundo caótico. Que tal você começar hoje a aquietar-se na presença de Deus. Tenho certeza que você vai ouvir o Espírito, porque Ele está lá a sua espera no profundo do seu interior.

O JORNALEIRO
30.mai.23

SEM SANTIDADE …

Publicado em 18 de maio de 2023

Ninguém verá ao Senhor. Está escrito. Sim está. Isto quer dizer que muitos dos que frequentam igrejas evangélicas não estão salvos, estão enganando e sendo enganados. Os desigrejados, então, nem se fale.

Não podemos brincar com Deus. Deus não se deixa escarnecer, o que o homem planta ele vai colher. Está escrito.

As pessoas confundem moralidade com santidade. Elas pensam: eu não fumo, não bebo, não adultero, frequento a igreja, dou o dizimo, em suma sou um bom cristão.

Acontece que não fumar e não beber não significa que não tem vício, porque muitos são viciados em falar mal dos outros, em assistir novelas na televisão, em visitar quase diariamente lojas no shopping, perder horas no WhatsApp e no celular. Um cronista do Estadão já falecido, dizia que a próxima geração já vai nascer com um celular no ouvido, pelo uso excessivo desse aparelho.

Você não adultera, mas seus pensamentos são pecaminosos, a nossa mente é rebelde e descontrolada, as imaginações vêm e vão conforme nossos olhos encontram pouso em coisas que aguçam nossos desejos e paixões.

Frequenta igreja, mas, enquanto o pastor prega, os pensamentos percorrem prazeres, repousam em lugares onde gostaria de estar, repleto de ilusões fugidias.

Entrega seu dízimo, entretanto poderia dar muito mais para a obra de Deus já que acumula bens, vestuários, sapatos, carros além do necessário, esbanjando em coisas que perecem.

Sou um bom cristão, será? A santidade deve estar no coração, enraizada no profundo do nosso ser. Nossas motivações, desejos, ambições devem ser santos.

O nosso tempo extra, além do trabalho e do estudo, de momentos com a família devem ser empregados no reino, “remindo o tempo”, porque os dias são maus.

Nossa mente se não estiver ocupada com trabalho, estudo, família, devem estar voltadas para a oração “em todo tempo”, para a memorização da palavra, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que estão na terra”. Está escrito.

Tenha temor do Senhor, não seja louco, lembre-se de que vamos prestar conta até da palavra ociosa que falarmos quanto mais do tempo ocioso. Os salvos buscam a santidade, porque querem receber de Deus sua pureza, bondade, amor e só ele pode nos dar isso.

SEM SANTIDADE …

O JORNALEIRO
18.05.23

A História mudou

Publicado em 18 de maio de 2023

Nas brumas de uma escuridão sem fim
O mundo mergulhou.
Tudo era caótico,
Espessas trevas,
Nenhuma luz.

A guerra só a guerra
Era amada
Desde Ninrode, grande caçador,
Violento, Poderoso,
Até Alexandre, o Grande.
A terra bebia o sangue das grandes batalhas,
Os desterrados escravos
Eram troféus dos vencedores.
A história humana era a história
Dos poderosos,
Guerreiros, reis, poder e glória humana.

Mas a luz raiou,
O sol da justiça era tão pequenino,
Sem beleza foi crescendo,
Raiz de uma terra seca,
Sem aparência,
Ostentação,
Força bruta,
Apenas palavras, poderosas, calando o mar
Dos corações,
Gestos, apenas gestos, de mãos estendidas
Para leprosos do corpo e da alma,
Trazendo cura.
E a roda e a rota da história mudaram,
Antes Dele e depois Dele o nada,
Nele o tudo.

A ressureição e a vida,
O princípio e o fim,
O hoje, o ontem, o passado, o futuro,
O divino Jesus ensinou que não é de guerras que se faz a história,
Mas é de amor.

O JORNALEIRO
18.MAI.23

NÃO AO QUE QUERO

Publicado em 5 de maio de 2023

O que quero, Senhor?
Não é o que queres.
Seja o que for, não será da sua vontade,
Do seu agrado,
Porque sei que tudo em mim te contraria,
Nada de bom em mim existe,
Nenhum brilho,
Perfume,
Som,

Dá-me Tu, Senhor,
Tua beleza,
Porque só ela é santa
Não me veja,
Veja Jesus em mim,
Só assim,
Agradável lhe serei.

Me abraças, eu sei,
Mesmo sujo e imundo.
É teu amor.

Que por amor a Ti
Morra eu,
Cristo viva em mim.
Só na vida do Teu Filho te comprazes.
Só Ele é O amado entre os amados,
Luz na escuridão,
Fogo e nuvem no deserto.

Ó mais formoso entre os lírios,
Envolva-me com teu Espirito,
Morra o ego, o capricho, a malicia,
Viva a doçura, o afago, o acalanto,
A serenidade do teu olhar,
A neve das tuas vestes,
O óleo fresco que tuas mãos exalam.
E assim te agradarás de mim,
Já não serei eu,
Serei um com teu filho amado,
Na beleza da adoção do Espírito Eterno ouvirei:

“Este é também um filho amado,

Ganhou o galardão das marcas do Calvário,

As dores de uma cruz,

O poder de uma ressureição.”

O JORNALEIRO
05.mai.23

SALMO 51. 1 A 3

Publicado em 4 de maio de 2023

Esse salmo é uma oração em que o salmista confessa seu pecado e seus pecados. Há uma diferença entre pecado e pecados: um é a raiz e os outros são os frutos. Eles produzem consequências distintas: um geral, toda a humanidade; e o outro particular, a pessoa individual.

A confissão deve fazer sempre parte das nossas orações, visto que sempre estamos cometendo pecados. O apóstolo João diz: “Se alguém diz que não comete pecado é mentiroso”. O bom entendimento deste texto é: Se alguém diz que não pratica pecado é mentiroso.

A Palavra não diria: “Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados”, se a nossa luta contra eles não fosse diária e constante.

A confissão deve ser precedida desta oração: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos. Vê, se há em mim, algum caminho mal e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139:23-24).

No livro Autoexame do autor Christofer Vicente assim expande o texto acima: “Senhor, eu sei que há algo de mal em mim, sei que devo perseguir esse pecado que em mim habita, mas esse mesmo pecado tenta me enganar, e tenho dificuldade em percebê-lo. Por isso, por favor, eu peço, sonda-me – Tu, que não és enganado pelo pecado e conheces todos os corações”.

Há pecados em nós que ignoramos. Eles precisam ser revelados pelo Espírito Santo, que irá nos convencer e nos levar ao arrependimento. Esses pecados ocultos podem ser causa de orações não respondidas, enfermidades, insucesso em nosso trabalho profissional e espiritual, e pode até mesmo refletir na vida de nossos filhos e amigos.

O coração precisa estar purificado para que o Espírito Santo possa atuar em nossas vidas. Talvez o uso da televisão, internet, celular, a maneira como lidamos com eles, possam desagradar a Deus. Saberemos se são males para nossas vidas se conversarmos seriamente com Deus.

Nossos passeios, entretenimentos, diversões, a forma como usamos nosso tempo livre, talvez possam também aos olhos de Deus serem pecados e causa de opressões e enfermidades. Mas é Deus quem vai nos mostrar se de fato estamos interessados em viver “andando com vestes brancas e com o óleo sobre a nossa cabeça”.

O dinheiro malgasto “naquilo que não é pão”, nosso coração endurecido quanto a contribuir com a obra de Deus e ajuda aos necessitados, pode ser um “Mamon” bloqueando nosso acesso ao Pai, aberto por Jesus, até o trono da graça, onde encontramos socorro, alívio, paz.

Nossa mente cheia de pensamentos frívolos, pornografia, sexo, imoralidades de toda sorte, pode ser uma oficina do diabo e não eterno pensar na Palavra, no Reino, nas coisas celestiais, que irão catalisar vigor moral e espiritual.

Quantas coisas que para nós são inocentes, ingênuas, sem importância, mas que ferem a santidade Divina. Só o Espírito vai nos dizer e nos convencer. Ele quer fazê-lo, mas talvez não estejamos dispostos a ouvir, porque não queremos abandoná-los.

Este texto não é para os que não querem viver na plenitude do Espírito, mas para os que querem rios de Água Viva fluindo do seu interior.

Interessante que muitos cristãos dizem que não sabem orar. Não sei o que eles fazem com seus pecados. Será que pastores, missionários, líderes evangélicos estão procurando o que agrada a Deus, ou estão preocupados em agradar a si mesmos? That is the question.

O JORNALEIRO
04.mai.23

A PESTE PRENUNCIA O FIM

Publicado em 17 de fevereiro de 2021

Quando Jesus fala a respeito de muitos fatos que irão ocorrer no fim dos tempos, Ele frisa: “Isto é o princípio das dores”. A grande tribulação é precedida de uma série de eventos – guerras, terremotos, pestes, entre outros.

Jesus também nos ensinou a olhar para os acontecimentos e interpretá-los corretamente à luz das Escrituras. Todas as calamidades descritas na Bíblia vieram porque a taça da ira de Deus transbordou.

Não podemos de forma alguma dissociar os acontecimentos atuais destas considerações.

Uma alta executiva da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse em uma coletiva para imprensa que a humanidade está vivendo o dia mais terrível de sua história.

As entranhas da maldade humana estão sendo expostas. Nações disputando de forma desonesta e irresponsável os parcos recursos existentes para suavizar ou curar vidas; empresários gananciosos se aproveitam desta oportunidade comprando máscaras protetoras, máquinas de respiradores, insumos para remédios para lucrarem à custa daqueles que foram vitimados pela peste. O que não dizer também dos “fura-fila”, dos poderosos que querem comprar vacinas para protegerem a si, familiares e empregados?

A poderosa China, que ocultou do mundo o número dos seus mortos e infectados, punindo o médico que foi o primeiro a detectar o vírus. Soubesse o mundo, antecipadamente, da verdade, talvez muitas mortes pudessem ser evitadas.

A voz do profeta Joel deveria ser ouvida neste momento. É bom lê-lo e relê-lo, porque ele anuncia uma destruição prestes a acontecer ao povo de Israel, fala dos motivos da ira divina, e mostra como devem os israelitas agir.

Não tenhamos receio de falar em ira divina, porque é simplesmente a repulsa, a revolta de Deus, contra criaturas que deixaram a glória de Deus para enaltecerem sua própria glória. Transformaram a verdade em mentira, santidade em pecado, amor em ódio.

Não dá para não deixar de comentar aqui um modismo grotesco que está acontecendo. Igrejas estão pintando de preto as paredes que rodeiam o púlpito (será que isto provocará arrependimento aos pecadores e avivamento na igreja?). Os falsos profetas do nosso tempo procuram todos os subterfúgios possíveis e imagináveis para atrair o povo porque há muito já perderam a unção.

Quando a igreja precisa de tantos eventos, programas, músicas, bandas, doutrinas que fogem totalmente da ortodoxia histórica, criam uma teologia nova, emergente, não de acordo com a mente de Deus, mas suas próprias mentes corrompidas, ela precisa de um basta e Deus está fazendo isto.

Estamos no princípio das dores. Vários sinais já foram dados, mas os ouvidos continuam surdos, agora o justo juízo está caindo sobre a humanidade que está vivendo “o dia mais terrível da sua história”.

Quando muitos falavam de um avivamento, aqui, neste meu blog, afirmei que esperava um juízo e não um avivamento. Não sei se a igreja entenderá a gravidade do tempo presente, nem se outras vozes irão proclamar a necessidade de voltarmos “ao início de tudo”, “rever conceitos e valores”, “renunciar”.

Lembro-me do início da renovação. Era oração toda noite, não passava uma semana sem um jejum, e as vigílias começavam às 20 horas e iam até seis da manhã. Vejo hoje uma renovação traída, quando os valores e ideais daqueles que se levantaram para buscar a santidade e a pureza foram deixados para trás. Por isso não me falem em avivamento.

O momento que vivemos é semelhante àquele vivenciado pelo profeta Joel, seria bom ouvirmos este profeta que mostra que o juízo de Deus pode ser mudado e um avivamento pode vir sim, mas se o povo ouvir o que Deus diz através de Joel.

O que dizer aos fiéis neste momento? Recomendo ler a primeira epístola de Pedro, onde ele fala da “fé que é provada com fogo”, fala da bendita esperança que temos e nos lembra “que aqui não é nosso lar”. Os fiéis vão gozar do reino de Deus aqui, agora e também no futuro. O reino de Deus é felicidade, alegria e paz no Espírito Santo.

Não estamos diante de um sinal amarelo pedindo nossa atenção, mas de um sinal vermelho nos dizendo: STOP.

O JORNALEIRO
17/02/2021

MEU CAVALINHO AMARELO

Publicado em 28 de janeiro de 2021

Ao final do ano, meus tios paternos costumavam me dar presentes. tio Toninho me deu um cavalinho amarelo. Eu gostava muito dele. Conservei-o até minha idade adulta. Casei e levei meu cavalinho amarelo comigo.

Um dia, alguns parentes foram nos visitar na amada Guararapes e resolvi dar meu cavalinho amarelo a uma criança muito linda. O pobre não durou mais de uma semana e até hoje me arrependo de não tê-lo conservado comigo.

Quando jovem, consegui outro cavalo amarelo. Um sonho? Ilusão? Utopia? No meu imaginário juvenil via a igreja como o melhor lugar do mundo. Tudo certinho, empolgante, uma busca permanente pela pureza e testemunho evangelístico.

Hoje, procuro preservar meu cavalinho amarelo no rebanho onde Deus me colocou para servir como pastor, meu pedacinho de chão, meus irmãos da nossa Betel. Mas ao olhar ao entorno vejo os perigos que ela e todas as igrejas sérias estão correndo porque instaurou-se no seio evangélico uma verdadeira Babel.

O status hoje é crescimento numérico, poder político, show, até a cor preferida se tornou a cor da escuridão e as igrejas são surreais. É difícil ter amigos, comunhão, troca de experiências e conhecimento porque ninguém fala mais a mesma língua.

Vejo, no fundo do quintal da minha mente, meu cavalinho amarelo destroçado, perguntando para mim por que você não fez nada? Por que me deu a uma criança descuidada que não me amou como você me amava?

Olho para a igreja e vejo o cavalinho amarelo. Sinto uma dor no peito, um soluço na alma, um peso angustiante. Por mais que faça para preparar líderes que prossigam mantendo a pureza da igreja, temo pelo futuro porque a Babel religiosa grita à nossa porta.

As tentações dos modismos doutrinários, dos modelos de crescimento, dos ventos de doutrinas, da ganância, o imponderável, uivam como lobos terríveis querendo destroçar meu cavalinho amarelo.

Onde estão os pastores de antanho que soluçavam pelas almas e que pregavam com um apaixonado ardor evangelístico? Onde as vozes que reverberadas do púlpito nos faziam chorar? A emoção de hoje é produzida por sons alucinantes, dançarinas de púlpito, e milagres sonhados e nunca comprovados.

Até avivamentos querem tirar a fórceps com campanhas que somem levadas pela poeira, das quais ninguém se arrepende pelo fracasso e ilusão provocados.

No quintal da minha mente vejo meu cavalinho amarelo destroçado, e só me resta a esperança de que a Igreja que Cristo buscará é aquela noiva pura e imaculada, escondida nos porões da igreja institucionalizada, mas viva no coração de Deus e gritando para os que estão na grande Babel – SAI DA BABILÔNIA, POVO MEU.

O JORNALEIRO
19/01/2021

IGREJA DA FLORDELIS

Publicado em 3 de novembro de 2020

Repercutiu na mídia e até mesmo entre políticos influentes a tragédia familiar da deputada Flordelis, pastora e cantora gospel. Não quero fazer juízo sobre seus atos, nem fazer sensacionalismo com os fatos narrados pela imprensa. Quero apenas destacar o título de um artigo publicado pelo jornal Isto é Independente [1]: “Filiais de igreja de Flordelis fecham as portas”.

Criar igrejas é algo corriqueiro nos dias de hoje. É um pretexto para se auto promover, aproveitar-se da boa fé do povo e angariar dinheiro. Segundo o jornal, uma das causas do assassinato de Anderson do Carmo, seu marido, foi brigas internas pelo poder financeiro da igreja.

É muito triste ver o evangelho enxovalhado por escândalos provocados por pseudos cristãos.

No evangelho de Marcos 9:42, Jesus diz:

“E qualquer que escandalizar um desses pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado ao mar”.

Do evangelho de Matheus 18.7:

“Ai do mundo por causa dos escândalos, porque é mister que venham os escândalos, mas ai do homem por quem o escândalo vem.”

Chama a atenção – “igreja da Flordelis” –, porque muitas igrejas e pequenos grupos da igreja são formados em torno de um homem. Basta ter um pouco de carisma e pessoas são levadas por um encantamento maligno passando a seguir homens, imaginando que são seguidores de Cristo.

Uma luz vermelha se acende aqui. A espiritualidade verdadeira não pode ser confundida com dons que não procedem do Espírito Santo, mas da carne e do pecado, do ego inflado pelo maligno.

“Cada um é tentado pela sua própria concupiscência”. A linha divisória entre luz e trevas é muito tênue e o caminho para uma espiritualidade sadia é cheia de perigos. É muito fácil pensar que se está falando da parte de Deus, quando na verdade somos nós que estamos usando seu nome em vão.

Para o cristão sincero já não há mundo nem carne, mas há a ilusão que se tem um dom espiritual, que se é um profeta, um revelador de mistérios, quando na verdade o que se manifesta não é o Espírito, mas as trevas.

Os arraiais evangélicos estão cheios disso. O cristão verdadeiro procura não usar o seu dom de forma irresponsável, é cauteloso, teme e treme só de pensar que pode estar falando de si e não da parte de Deus.

Quando igrejas ou grupos formam-se em torno de um homem, nós estamos vendo a ascensão de um novo Nimrod que se destaca pelo seu nome, sua personalidade, força e carisma, não é humilde, não procura esconder-se atrás da cruz.

Precisamos ter cuidado quando muitas pessoas querem nos seguir, corremos o perigo por sermos seduzidos pelo nosso próprio eu, que ama afagos, elogios, uma boa imagem. Não nos esqueçamos que somos pó, e só a graça nos vivifica, só o Espírito pode nos usar.

Até nos maus exemplos podemos extrair lições para nós, e Flordelis nos ensina a ter cuidado com o que somos. Célebre é a frase “achei o inimigo, o inimigo sou eu”.

Destaco os seguintes versículos:

“Porque ainda que vivamos como homens, não lutamos segundo padrões humanos.
As armas com as quais lutamos não são humanas, ao contrário são poderosas em Deus para destruir fortalezas.
Vocês observam apenas as aparências das coisas”. (II Coríntios 10:3-5)

“Contudo quem quiser se gloriar, glorie-se no Senhor.
Pois não é aprovado aquele que a si mesmo se recomenda, mas aquele a quem o Senhor recomenda”. (II Coríntios 10:17-18)

Costumo chamar de gurus aqueles que arrastam pessoas atrás de si, promovendo-se como profetas, curadores, vaticinadores. Megas igrejas são formadas assim, mas o tempo irá demostrar que a obra foi feita com palha e não com ouro refinado.

Jesus pregou para as multidões, mas seu chamado foi um a um. Primeiro, Pedro e André. Depois, Tiago e João. Não se pastoreia multidões, mas se engana multidões. Que sua igreja ou seu pequeno grupo ou célula não seja conhecida pelo seu nome, mas por possuírem pessoas semelhantes a Cristo.

O Jornaleiro
02/11/2020

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[1] Isto é, “Filiais de Igreja de Flordelis fecham as portas”. Disponível em: https://istoe.com.br/filiais-de-igreja-de-flordelis-fecham-as-portas/

A JUSTIÇA DOS PODEROSOS

Publicado em 23 de outubro de 2020

Quem acompanha os noticiários com atenção vai perceber como funciona a justiça no Brasil. Ela é o privilégio dos poderosos. Há desigualdade social em nossa pátria que atinge todas as esferas da sociedade: educação, saúde, justiça, trabalho.

Quero dedicar este espaço, entretanto, para a aplicação da justiça. O pobre comete um delito e vai preso. O rico não paga Imposto de Renda e não sobre todo o rigor da lei.

O poderoso, entretanto, rouba milhões e consegue escapar livremente e vai usufruir do que conseguiu esconder do seu saque aos cofres públicos. Eles podem chegar até o Supremo e diariamente se valem dele, porque para eles a lei é aplicada segundo sua letra morta.

Usam o que roubaram para pagar caríssimos advogados para pleitearem a sua causa.

Na verdade, justiça não existe em nossa pátria, já que ela só é plenamente alcançada pelos poderosos.

Onde está a falha? No sistema, no governo, no judiciário? Não, a falha está na Igreja que desconhece o poder que Deus colocou sobre ela. Para a Igreja, parece que a Bíblia é a verdade em algumas partes e noutras não.

A oração é desprezada e quando isto acontece a Igreja perde seu poder. Não é o sal e nem é a luz. Torna-se desnecessária e merece ser queimada. Os galhos que não dão fruto, diz Jesus, são arrancados, lançados fora, secam e ardem.

A oração da viúva clamando ao juiz iníquo grita para nós, mostrando uma realidade que não queremos ver. Ela insistiu até perturbar o juiz iníquo que a atendeu.

“Não fará justiça o Senhor aqueles que por Ele clamam de dia e de noite?”. (Lucas 18:7)

Mas a Igreja no lugar de orar por justiça o que faz? Muitos unem-se aos poderosos achando que o caminho da política é bom para a igreja. E os que se unem ao poder não podem orar por justiça. Perderam o poder da fé e escolheram a estrada da incredulidade.

Muitos não são aliados do poder, mas são seus simpatizantes. É a mesma coisa. Omitir-se, não orar por justiça, é também aliar-se com os poderosos para massacrar os pobres.

Ao orar por justiça, não estamos atacando este ou aquele, mas estamos deixando o juízo nas mãos de Deus.

Interessante é como Ele fará justiça. Ele poderá agir tanto coletivamente como individualmente. Ele pode mudar a sua sorte ou mudar a sorte dos seus filhos. É nisso que precisamos crer – e aqui tem uma palavra profética – Ele mudará a sua sorte. Deus agiu especificamente no caso da viúva, Ele pode fazer isso com você.

Deus fará justiça àqueles que clamam por Ele dia e noite. A sua hora chegou e é agora. Aprenda a ajoelhar e orar, a buscar em Deus a sua justiça.

O Jornaleiro
23/10/2020

IGREJA NÃO É LUGAR PARA CADA UM DAR SUA PRÓPRIA OPINIÃO

Publicado em 15 de setembro de 2020

            Desde meus doze anos sou de Jesus e me dedico à Igreja. Consegui um emprego digno, uma esposa amorosa e fiel e filhos tementes a Deus. Sempre vi pessoas cristãs opinando sobre tudo dentro do corpo de Cristo. Seria essa a atitude correta de um servo de Cristo?

Dizer para pastores e líderes como a igreja deve ser gerida?

A soberba está sempre presente em nossas vidas, mas quando agimos como se só nós temos razão e todos estão errados, ela se agiganta em nossas vidas e corrói a nossa espiritualidade.

Será que estamos preocupados em obedecer à palavra de Deus? A Bíblia diz – “Se me amardes guardareis os meus mandamentos”.

Um mandamento bíblico muito desprezado é “Tendes em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”. Quando obedeço a esse princípio bíblico perco a vontade de discutir, opinar, brigar pelas minhas ideias, porque vejo claramente que o caminho estreito a ser seguido é o da procura do consenso, da união e do amor.

Aprendi a nada decidir sozinho. Se a Bíblia diz “Sede submissos uns aos outros”, devo ouvir meus pares com humildade e, se necessário, muitas vezes mudar de rumo, dando valor ao que eles dizem.

Louvo a Deus pelos amigos que recebi de Deus, como dons de amizade para minha vida e sei que quando estiver em apuros posso recorrer a eles e ouvir sábios conselhos.

São pastores preciosos sérios, com uma vida de grandes serviços no reino de Deus. Não canso de falar das virtudes dos pastores que ocuparam cargos expressivos em nossa denominação e também mantém um ministério abençoado em suas igrejas.

Cabe aqui uma observação: não basta assumir cargos na denominação, mas também pastorear igrejas que são referências para toda nossa convenção.

Não é de igrejas grandes que estou falando, mas de igrejas que crescem com equilíbrio e permanecem fiéis à confissão de fé batista, tal como expressa em 1967 pelos pioneiros de renovação espiritual.

Assim deve ser a vida na igreja, não desprezar os pais da igreja, aqueles que foram mártires e gigantes na fé, e os destaques de vida exemplar dos pioneiros em renovação e também os modelos que temos em nossos dias.

Desprezar essas vozes é perigoso. O mesmo se aplica à igreja local. Agora falo do nosso rebanho. Nossos pastores não são sérios? Nossos líderes não são dedicados? Se não tenho uma vida como a deles, minha dedicação é pífia e minhas mãos não têm nada a oferecer. Então por que ficar a querer dizer o que os outros devem fazer?

Não é de hoje que sofro vendo essa situação. Muitas coisas foram feitas na igreja por perseverança dos nossos pastores. Todas as nossas unidades são exemplos disso. Quantas vezes ouvi que deveria parar com o Gasparini, olhem agora como está com a dedicação do nosso pastor Rafael.

Quantas pessoas acharam que o Mary Dota não daria certo, mas vejo uma grande obra nascendo ali. Não posso me comparar a Moisés, de jeito nenhum, mas o vejo do alto do monte Nebo contemplando a história de Israel, suas lutas e suas vitórias, e a certeza de que a palavra de Deus não volta vazia.

Antes de nos expormos devemos lembrar que na multidão dos conselhos há sabedoria.

Enquanto as carpideiras choram, os mortos ressuscitam.

O Jornaleiro
15/09/2020