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AUTORIDADE E PODER

Publicado em 27 de junho de 2023

Autoridade e Poder 2Há uma ligação inseparável entre autoridade e poder, um não existe sem o outro. A princípio poderíamos dizer que a causa é a autoridade, a consequência é o poder.

Mas pode existir poder sem autoridade? É uma anomalia, mas existe.

Primeiro examinemos o que é autoridade. As pessoas que moravam na Palestina reconheciam que ele, Jesus, falava com autoridade. Sua fala era diferente da dos escribas, que eram derivadas, não eram originais. Apoiavam-se em ensinos de outras pessoas, como por exemplo, as tradições rabínicas.

A palavra de Jesus era original, não derivada, não se apoiava em ensinos elaborados pelos homens, doutores da lei ou fariseus. Os ensinos de Jesus saíam da fonte, o Pai celestial. Só saíam da fonte porque Jesus vivia em estrita obediência à vontade divina.

A sua vida, como resultante da palavra de Deus, era pura, sem pecado. Ele não era somente o Verbo porque filho de Deus, mas verbo, palavra, porque estava totalmente submisso à voz do céu que vinha para o seu coração.

Os céus estavam abertos e tudo o que lá estava descia para ele, de forma que o seu cálice transbordava, dos seus lábios saiam os mais puros ensinamentos e as mais sublimes verdades, exaladas por uma vida de pura santidade.

Eis o que é autoridade.

Para termos autoridade precisamos viver a palavra em sua inteireza e profundidade, ensino e pratica, narrativa e comportamento, perfeitamente ajustados sem nenhuma mácula ou desvio.

Disto resulta o poder – de se tornar pobre, humilde, simples, puro, verdadeiro, obediente como ele. Qualquer poder que não esteja alicerçado nestas verdades não é de Deus.

Línguas, curas, operação de milagres e maravilhas, carismas de toda sorte, multiplicação de pães, andar sobre as águas, sem a vida correspondente à revelada e demonstrada por Jesus não procede da fonte, não desce do céu. É da terra, dos homens ou dos demônios, menos de Deus.

“Senhor, não profetizamos em teu nome, não fizemos milagres, não expulsamos demônios? Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. (Mateus 7:22 e 23)

Eis um exemplo da pessoa ter poder, mas não autoridade. Porém, sempre que a pessoa tiver autoridade ela terá poder. Pode não ter dons de cura, milagres, e outros, mas terá poder, porque terá vitória sobre suas paixões e sobre as trevas que a rodeiam.

Na verdade, a autoridade traz unção espiritual para as nossas vidas, onde Deus compartilha conosco sabedoria, misericórdia, amor e isto é poder, poder espiritual.

A autoridade não vem de nós, mas vem do alto, do Pai das Luzes, de onde vem todo dom perfeito. Dentro desta perspectiva devemos nos concentrar mais na autoridade do que no poder, mas geralmente fazemos o contrário.

Ela advém da prática da palavra, de uma ortodoxia viva, como Jesus nos ensina: “Se vós estiverdes em mim e minhas palavras estiverem em vós…”

Podemos dizer, diante do exposto, que existe um poder legítimo e um ilegítimo. O que advém da autoridade e o que advém da iniquidade. Aqui quero analisar as palavras de Jesus aos que exerciam um poder ilegítimo de curar e operar maravilhas: “Apartai-vos de mim vós que praticais a iniquidade”. Teria a iniquidade poder de executar maravilhas?

Sim, porque ela se origina nas trevas. Enquanto a autoridade é originária da fonte inesgotável que é Deus, a iniquidade vem de fonte maligna, da antiga serpente, enganadora e fatal.

Do que afirmamos, você pode imaginar que perigo correm os incautos, os que imaginam que o diabo transformado em anjo de luz é anjo e não demônio? E hoje com todo aparato tecnológico a serviço das trevas quanto perigo corremos! “Sinais que, se possível fosse, enganariam os próprios escolhidos”.

Só a velha palavra, a velha história, contada de geração em geração de fiéis que apenas se apoiam na palavra revelada, a Bíblia Sagrada, pode nos livrar do presente século mal e nos tornar inabaláveis até a vinda da do Nosso Senhor Jesus Cristo.

O JORNALEIRO
27.JUN.23

APENAS UMA NOITE

Publicado em 23 de junho de 2023

Apenas uma noite 1O choro

Da criança que não vê a mãe,

Do marinheiro saudoso pela amada,

Meu choro – sonhando com Deus.

Mas Ele disse

Dura apenas uma noite.

Espero o dia

Novo céu, nova terra

Arrebatamento ou Ressurreição?

Não sei!

Mas certeza – encontro com o Rei.

Quero ver as chagas das suas mãos

Para beijá-las

Procurando sentir a um só tempo

Arrebatamento e Ressurreição

Novo céu e nova terra

Cruz, coroa e espinhos

Tudo dentro das chagas nas mãos,

E no meu beijo resumir

Meu afeto, meu pecado, minha alegria, minha dor

O sussurro da minha alma

Saindo da morte para a vida

De mim mesmo para Deus,

- Nas chagas das mãos -

Da incredulidade para a fé

Da escuridão para a luz.

O JORNALEIRO
23.JUN.23

O MISTÉRIO DA FÉ

Publicado em 19 de junho de 2023

O mistério da fé 1Descobri isto depois de muito tempo, longos anos se passaram para que me pudesse aperceber como a fé é. Ela foge a qualquer tentativa de compreendê-la. Já se foi a época em que me esforçava por ter fé. Quando ia orar por algum enfermo eu dizia a mim mesmo – agora vou me concentrar e me esforçar para ter fé. Meu esforço mental era respondido por um vazio sem fim.

Passei a ver a fé como confiança, em Deus, na sua palavra. Confesso que foi muito bom, aprendi muito sobre a fé, mas, ainda, era muito difícil para vivenciá-la como uma experiência que satisfizesse, ao mesmo tempo, meu espirito e meu intelecto.

Meditei bastante sobre “Sem fé é impossível agradar a Deus, porque é necessário que aquele que o busca, creia que Ele existe e é galardoador dos que o temem”. Faço sermões sobre esta importante mensagem que a Bíblia traz para o meu coração.

Nela vejo que a fé provoca temor, porque apresenta a justiça de Deus que dá galardão de piedade aos que creem e de correção aos que rejeitam a verdade divina.

Meditei sobre fé em Jesus que estabelece uma ligação de comunhão entre nós e Deus. Jamais podemos dissociar a fé da pessoa bendita de Jesus, pois Ele é o autor e consumador da nossa fé.

Entretanto, minhas idas e vindas, orações e meditações, buscas incessantes na palavra, procurando invadir os recônditos da fé, mostravam-se infrutíferas para mim e difícil de tê-la como uma prática na vida diária.

Até que, de forma simples, comecei a pensar no culto. Pensei – é preciso ter fé para adorar a Deus, naquele momento em que a igreja reunida, canta, ora e ouve a palavra.

Passei a curtir aquele momento. Agir com fé crendo que Deus estava visitando meu coração enquanto os hinos estavam sendo cantados. Passei a ficar “em espirito de oração” durante todo decorrer da adoração pública. Eu estava começando a discernir o grande mistério da fé.

Sempre me lembro quando, ainda iniciando no evangelho, li um livro que falava sobre crer em Cristo. “Quem crer Nele tem a vida eterna” eu disse, estava sozinho, eu creio, eu creio em Cristo, estou salvo! Foi meu primeiro contato com o mistério da fé.

Recentemente uma irmã me falou sobre a conversa que teve com uma pessoa. Ela perguntou-lhe:

- Jesus é Deus?

A resposta foi:

- Sim, Jesus é Deus.

- Ah! a Trindade… Deus Pai, Deus Filho, Deus Espirito Santo.

Logo em seguida a pessoa que estava fazendo uma descoberta, a do mistério da fé, disse:

- É lindo, não sei dizer o que estou sentido agora.

Acabei de pregar no último domingo. Fiz um propósito de pregar só vinte e cinco minutos no máximo. A mensagem que preguei encheu meu coração. Como sempre acontece comigo desde que comecei a pregar aos 17 anos me perguntei: E agora? O que vou pregar a semana que vem?

A resposta veio: “o maná, lembre-se do maná, esqueça isso, com certeza cairá do céu no momento oportuno, como o orvalho que suavemente desse sobre a relva”.

Pensar no que vou pregar? Que bobagem! A mensagem não é minha, é do Senhor.  E assim avancei um pouco mais no mistério da fé.

Orar pelos enfermos. Sim. Mas não me esforço, descanso, não me preocupo com a resposta, ela vem do Senhor.  Permaneço calmo, sereno, sem grandes emoções, apenas me lanço despreocupado nos braços do Onipotente, deslumbrado com o mistério da fé.

 

O JORNALEIRO
19.jun.23

“Livre Arbítrio”

Publicado em 13 de junho de 2023

Livre arbítrio 1Creio no livre arbítrio, mas não que o homem tenha algum mérito na salvação. A Bíblia é clara a esse respeito: “Pela graça sois salvos”. Como pode existir mérito em mim em fazer esta ou aquela escolha? Sou um ser humano sem pecado por fazer algumas escolhas certas? Ainda que todas fossem certas, ainda assim, eu seria um pobre e miserável pecador, indigno do olhar de Deus.

A soberania de Deus é extremamente valorizada em alguns arraiais evangélicos, mas ela está dentro do que compõe os demais atributos de Deus e uns não devem ser apresentados como mais importantes que os outros. Há um equilíbrio perfeito e santo dentro de Deus e é isto que o torna único. Não posso elevar a ira divina e diminuir o amor, pois Deus não é mais justo do que santo.

Creio, portanto, que Deus é como ele se apresenta em toda Bíblia. Minha fé é simples, de criança. Confio tanto no seu amor em me aceitar como filho, através de Cristo, como na sua soberania em guiar a minha vida e providenciar um plano, todo dele, exclusivamente dele, para minha salvação.

Tudo que Deus é está presente na redenção e tudo que Ele é foi colocado em ação para arrancar-me das trevas e trazer-me para sua maravilhosa luz. A Trindade está envolvida e comprometida com a minha salvação. (Com a sua também).

A minha pequenina mente não chega àquele ponto inescrutável em que Deus disse: vou salvar o Edson. (Coloque seu nome). Só sei que certamente não foi sua soberania a motivação da minha redenção, mas seu amor. Em nenhum lugar da Bíblia há uma frase tão curta e objetiva falando sobre uma virtuose de Deus, como a pronunciada por João: “Deus é amor”.

Não quero saber desta ou daquela corrente religiosa, não quero saber o que eles dizem além do que minha fé de criança diz. Só sei que ele me ama e me salvou. Sei que o amo não porque ele me obriga a amá-lo, mas porque Ele me mostrou quem Ele é. Essa visão me encantou e nada mais quero senão agradá-lo.

A revelação, em seu sentido etimológico, é levantar o véu. Prefiro pensar que Ele levantou o meu véu, abriu os meus olhos para vê-lo. “No livro bendito encontrei palavras de amor e de luz e canto bendito escutei dos anjos saldando a Jesus”.

Por que complicar o que é simples? Lançar sobre as almas dúvidas e um fardo insuportável de doutrinas quando o evangelho é Cristo em nós a esperança da glória? Por que querer saber mais ou menos e deixar de viver a vida com Deus, na doçura da comunhão em espírito com o Cristo vivo?

Os escritos de Paulo, dizia Pedro, eram difíceis de interpretar e os indoutos torciam para sua própria perdição. É indiscutível que eles sejam inspirados, mas nem tudo na Bíblia pode ser explicado pela nossa vã filosofia.

Ninguém consegue explicar tudo, no plano físico e no plano espiritual, mas podemos repetir sempre o que podemos ter certeza absoluta, onde a verdade se apresenta de forma límpida e indiscutível: “Mas eu sei em quem teu crido, estou bem certo que é poderoso para guardar o meu depósito até o dia final.”

Isto lhe basta? Então como o paralitico da porta Formosa, saia pulando e gritando: “Salvo, sou salvo da morte e do inferno, agora e para todo sempre, um filho amado de Deus, em Cristo Jesus”.

Imite o personagem cristão do livro “O Peregrino”, que quando quiseram demovê-lo de seguir a Cristo tapou os ouvidos e saiu correndo na estrada da salvação.

Você também, tape seus ouvidos conservando na mente apenas uma verdade: “a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, os que creem no seu nome”.

Você o recebeu? Então repita comigo: “Eu sou do meu amado e Ele é meu”.

O JORNALEIRO
13.jun.23

SACRIFÍCIO DE ISAQUE

Publicado em 8 de junho de 2023

Sacrifício de Isaque 3O QUE ESTOU PREGANDO – Resumo.

Deus deu um filho a Abraão. Ele foi chamado Isaque, filho do riso, riso zombeteiro de Sara, ao ouvir de Deus a notícia de que seria mãe, embora contasse com 90 anos e tivesse passado da idade de conceber.

Mas quando Isaque era apenas um jovenzinho, Deus pediu que Abraão o sacrificasse no monte Moriá. Uma dor profunda cortou a alma do patriarca, mas, mesmo assim, foi com o filho ao lugar do sacrifício.

Quando Abraão estava prestes a imolar seu filho, uma voz cortou o céu: “Abraão, Abraão, não faças nenhum’ mal ao menino, agora sei que temes a Deus, porquanto não me negastes teu filho.”

Das grandes lições que este texto contém, gostaria de salientar apenas uma – a fala de Deus. O anjo do Senhor bradou. No Velho Testamento, anjo do Senhor é Jesus.

Quem poderia impedir a morte de Isaque, quem poderia impedir a nossa morte?

Quem poderia conter e abraçar toda ira da santidade divina contra o pecado e maldade do coração humano? Quem?

A melhor oferta que Abraão poderia dar a Deus era o seu filho, mas era insuficiente para agradar aos céus, “porque quem primeiro deu a Ele e depois recebeu? Porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas”.

Como dar a Deus o que já é Dele?

Por não termos nada em nossas mãos, Deus nos deu Jesus. Quando damos a nossa vida a Deus não é nossa vida que damos, é a vida de Jesus, porque pela fé, quando o recebemos Ele se torna vida em nós, e quando Deus nos olha não vê os nossos pecados, mas vê seu filho em nós.

Ele sim é o verdadeiro Isaque, o filho do riso, não do riso zombeteiro de Sara, mas do riso alegre de Deus: “Este é o meu filho amado em quem me comprazo.”

E quando minha vida se torna vida de Cristo, pela minha fé, entrega, perseverante caminhar com Deus, Ele se torna meu riso, minha alegria, minha paz.

De nenhum prazer do mundo quero desfrutar, de nenhuma efêmera alegria desta vida, mas só do seu Espirito pairando sobre mim, como pairava na primeira criação, pondo ordem no caos dos meus abismos, enchendo todos os vazios, onde vejo a alegria do riso de Deus dizendo para mim:

“Este também é meu filho, receba do meu Espírito, e sinta o seu testificar dentro de você, abrindo seus lábios para falar as palavras mais doces que um ser pode pronunciar”:

“Aba Pai.”

O JORNALEIRO
08.jun.23

O LEÃO E O CORDEIRO

Publicado em 5 de junho de 2023

O leão e o cordeiro 2Na floresta um leão destacou-se dos demais, por ser o mais brioso, forte, destemido. Não havia quem conseguisse sobrepuja-lo. Mas começou a ficar abatido e tristonho, porque todos o temiam, com receio de sua força.

Como rei da floresta ele queria aglutinar os animais, mas todos fugiam dele.

Um dia, uma sábia coruja compadecendo-se dele disse-lhe:

- Chefe leão, sei que está triste porque todos fogem de você por temerem sua força. Só há uma solução para isso, transformar-se num cordeiro.

Ah, então é isso.

O leão virou cordeiro, mas todos começaram a bater nele, aproveitando-se da sua fragilidade.

Logo viu que não podia ser cordeiro. Voltou a ser leão.

Entretanto, a experiência que teve como cordeiro levou-o a entender a psicologia dos fracos e começou a devagar, bem devagarinho, a ser gentil, socorrer aqueles que eram oprimidos por aqueles que dos fracos queriam tirar proveito.

Com ações de atenção e amizade, correu pela floresta a fama de um leão que agia como cordeiro e assim ele se tornou o rei da floresta.

O pastor muitas vezes é visto como um leão, muitos têm medo até de cumprimenta-lo, ele fica triste, acha que não gostam dele. Entretanto ele faz questão de ser leão, prega e ora como um leão e as ovelhinhas dizem: nunca seremos como ele.

Ele sempre faz questão de ser o gigante e não percebe que isto faz dos seus liderados pequenos pigmeus.

Temos que ser leões que rugem quando tratamos com nossos inimigos interiores, mas nunca com os nossos liderados. O rebanho deve nos ver não como leões, mas como a mais pequenina das ovelhas. Cuidamos delas, mas também nos deixamos cuidar por elas.

Ser pastor e ao mesmo tempo ser ovelha, mas ovelha das nossas ovelhas. A somatória de todas elas significa igreja, e igreja é corpo, onde se pastoreia e é pastoreado pelo corpo. Significa valorizar o rebanho e ver que eles são melhores do que nós. Se somos líderes não é por mérito, mas por graça.

Somos salvos pela graça e servimos pela graça, se não há mérito na salvação não há mérito em servir. Mas não temos que ser exemplo? Sim, temos, mas exemplo de humildade, de considerar os outros superiores a nós mesmos.

Quando vemos que muitas das nossas ovelhas são melhores do que nós, somos desafiados não a sobrepuja-las, mas inspirarmo-nos nelas.

Um dia desses ouvi uma voz interior que me dizia: Você tem que ser um Josuel. Não dei atenção. Mas a voz interior não parou. Fui verificar o significado da palavra e vi que ela é uma mistura de José com Josué.

Também vi que a desinência “el” significa louvor. Comecei a refletir sobre a força de Josué e a mansidão de José. O estrategista da guerra e o esgrimista das pessoas. Sei que nunca serei isto. Mas daí surgiu minha fábula do leão e do cordeiro. Passo a ter medo de ser apenas o leão que ruge na floresta e nunca ser uma ovelha entre ovelhas.

O JORNALEIRO
05.jun.23

EM ESPÍRITO E EM VERDADE

Publicado em 30 de maio de 2023

Em espírito e em verdadeAssim deve ser a nossa adoração conforme nos ensinou Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas será que sabemos o significado dessas palavras. Será que adoramos a Deus corretamente?

Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus. Creio que este é o primeiro passo na nossa adoração. O momento do culto evangélico que mais se aproxima disso é o da pregação da palavra. Não há movimento, a quietude invade o ambiente e todos estão ligados na Palavra.

O espírito não é o corpo, é o seu interior. O corpo se move e se agita, o espírito não. Ele ama a quietude porque foi justamente feito para se comunicar com Deus. Ele é o veículo que nos leva, através do nosso Mediador Jesus Cristo, à presença de Deus.

Ele é também a morada do Espírito Santo, já que Espírito Santo, é Espírito e vai se relacionar com o nosso espírito e não com o nosso corpo ou alma. Ele, nosso espírito, cheio do Espírito Santo deveria ser a força motriz a dirigir todo nosso ser.

Acontece que nós o ignoramos, justamente porque não aprendemos a ficar silentes na presença do Todo Poderoso. O momento da pregação é singular porque ficamos quietos, é o único momento nas nossas vidas em que paramos para ouvir Deus falar conosco através da palavra.

Entretanto, deveríamos fazer isto constantemente, não só no culto, ao ouvir a palavra. Aquietar-se na presença de Deus é um momento de fé porque nos traz a certeza de Deus nos falará no silêncio profundo dos nossos corações.

Se ouvirmos o aquietai-vos iremos aprender a adorar a Deus em Espírito, logo palavras inspirativas, insights divinos, meditações profundas irão surgir em nossas mentes nos enchendo de profundas riquezas.

A adoração em espírito não é provocada por nenhum estimulo a não ser a voz do Espírito Santo soando no profundo do nosso ser. Não vem de nenhum som ou movimento externo, mas vem do Espírito Santo que habita as profundezas de Deus e nos leva a essas profundezas.

O espaço é pequeno para avançar, mas desafio você a provar essa realidade transcendente. Porque transcendente? Porque ultrapassa a alma e o corpo, vem da divisão entre a alma e o espírito, transcende tempo e espaço porque o Eterno se apodera de nós.

É como voltar ao princípio, quando o Espírito se movia sobre a face do abismo trazendo novamente pelo poder da palavra uma criação divina, trazendo ordem a um mundo caótico. Que tal você começar hoje a aquietar-se na presença de Deus. Tenho certeza que você vai ouvir o Espírito, porque Ele está lá a sua espera no profundo do seu interior.

O JORNALEIRO
30.mai.23

SEM SANTIDADE …

Publicado em 18 de maio de 2023

Sem santidade (3)Ninguém verá ao Senhor. Está escrito. Sim está. Isto quer dizer que muitos dos que frequentam igrejas evangélicas não estão salvos, estão enganando e sendo enganados. Os desigrejados, então, nem se fale.

Não podemos brincar com Deus. Deus não se deixa escarnecer, o que o homem planta ele vai colher. Está escrito.

As pessoas confundem moralidade com santidade. Elas pensam: eu não fumo, não bebo, não adultero, frequento a igreja, dou o dizimo, em suma sou um bom cristão.

Acontece que não fumar e não beber não significa que não tem vício, porque muitos são viciados em falar mal dos outros, em assistir novelas na televisão, em visitar quase diariamente lojas no shopping, perder horas no WhatsApp e no celular. Um cronista do Estadão já falecido, dizia que a próxima geração já vai nascer com um celular no ouvido, pelo uso excessivo desse aparelho.

Você não adultera, mas seus pensamentos são pecaminosos, a nossa mente é rebelde e descontrolada, as imaginações vêm e vão conforme nossos olhos encontram pouso em coisas que aguçam nossos desejos e paixões.

Frequenta igreja, mas, enquanto o pastor prega, os pensamentos percorrem prazeres, repousam em lugares onde gostaria de estar, repleto de ilusões fugidias.

Entrega seu dízimo, entretanto poderia dar muito mais para a obra de Deus já que acumula bens, vestuários, sapatos, carros além do necessário, esbanjando em coisas que perecem.

Sou um bom cristão, será? A santidade deve estar no coração, enraizada no profundo do nosso ser. Nossas motivações, desejos, ambições devem ser santos.

O nosso tempo extra, além do trabalho e do estudo, de momentos com a família devem ser empregados no reino, “remindo o tempo”, porque os dias são maus.

Nossa mente se não estiver ocupada com trabalho, estudo, família, devem estar voltadas para a oração “em todo tempo”, para a memorização da palavra, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que estão na terra”. Está escrito.

Tenha temor do Senhor, não seja louco, lembre-se de que vamos prestar conta até da palavra ociosa que falarmos quanto mais do tempo ocioso. Os salvos buscam a santidade, porque querem receber de Deus sua pureza, bondade, amor e só ele pode nos dar isso.

SEM SANTIDADE …

O JORNALEIRO
18.05.23

A História mudou

Publicado em 18 de maio de 2023

A história mudou (1)Nas brumas de uma escuridão sem fim
O mundo mergulhou.
Tudo era caótico,
Espessas trevas,
Nenhuma luz.

A guerra só a guerra
Era amada
Desde Ninrode, grande caçador,
Violento, Poderoso,
Até Alexandre, o Grande.
A terra bebia o sangue das grandes batalhas,
Os desterrados escravos
Eram troféus dos vencedores.
A história humana era a história
Dos poderosos,
Guerreiros, reis, poder e glória humana.

Mas a luz raiou,
O sol da justiça era tão pequenino,
Sem beleza foi crescendo,
Raiz de uma terra seca,
Sem aparência,
Ostentação,
Força bruta,
Apenas palavras, poderosas, calando o mar
Dos corações,
Gestos, apenas gestos, de mãos estendidas
Para leprosos do corpo e da alma,
Trazendo cura.
E a roda e a rota da história mudaram,
Antes Dele e depois Dele o nada,
Nele o tudo.

A ressureição e a vida,
O princípio e o fim,
O hoje, o ontem, o passado, o futuro,
O divino Jesus ensinou que não é de guerras que se faz a história,
Mas é de amor.

O JORNALEIRO
18.MAI.23

NÃO AO QUE QUERO

Publicado em 5 de maio de 2023

Não ao que quero - O Jornaleiro (4)O que quero, Senhor?
Não é o que queres.
Seja o que for, não será da sua vontade,
Do seu agrado,
Porque sei que tudo em mim te contraria,
Nada de bom em mim existe,
Nenhum brilho,
Perfume,
Som,

 

Dá-me Tu, Senhor,
Tua beleza,
Porque só ela é santa
Não me veja,
Veja Jesus em mim,
Só assim,
Agradável lhe serei.

 

Me abraças, eu sei,
Mesmo sujo e imundo.
É teu amor.

 

Que por amor a Ti
Morra eu,
Cristo viva em mim.
Só na vida do Teu Filho te comprazes.
Só Ele é O amado entre os amados,
Luz na escuridão,
Fogo e nuvem no deserto.

 

Ó mais formoso entre os lírios,
Envolva-me com teu Espirito,
Morra o ego, o capricho, a malicia,
Viva a doçura, o afago, o acalanto,
A serenidade do teu olhar,
A neve das tuas vestes,
O óleo fresco que tuas mãos exalam.
E assim te agradarás de mim,
Já não serei eu,
Serei um com teu filho amado,
Na beleza da adoção do Espírito Eterno ouvirei:

“Este é também um filho amado,

Ganhou o galardão das marcas do Calvário,

As dores de uma cruz,

O poder de uma ressureição.”

 

O JORNALEIRO
05.mai.23